Quando estava quase tudo pronto para a ministra Laurita Vaz provavelmente decretar o destrancamento do processo da Operação Rádio Patrulha na 13.ª Criminal de Curitiba, eis que a defesa de Beto Richa atravessou uma nova petição – a cujo teor não é dado acesso público – que pode retardar o andamento da ação penal em que o ex-governador é réu, na companhia de outros 14.
A Operação é aquela que teve por base uma delação do empresário Tony Garcia, na qual ele conta que empreiteiras distribuíam propinas no Palácio Iguaçu para inflar valores de contratos que mantinham com o DER por aluguel de máquinas para o Programa Patrulhas do Campo. Investigações conduzidas pelo Gaeco renderam a primeira prisão de Beto Richa, em 11 de setembro do ano passado e, em seguida, a abertura da ação penal na justiça estadual.
O juiz Fernando Bardelli Fischer tinha marcado para o mês de fevereiro audiências para oitiva de testemunhas e interrogatório de réus, envolvendo 62 pessoas. A primeira audiência deveria acontecer dia 4 de fevereiro e colocaria cara a cara o ex-governador e o delator Tony Garcia, mas no dia 31 de janeiro o presidente do STJ, ministro João Otávio Noronha, concedeu liminar suspendendo provisoriamente a tramitação de todos os procedimentos.
Desde então, para decisão de mérito, a liminar está sob julgamento da relatora Laurita Vaz, que pediu explicações de todos os lados interessados – ministérios públicos Federal e Estadual, Tribunal de Justiça do Paraná, juiz Fernando Fischer e defesa de Beto Richa, a última a se pronunciar. Sua petição deu entrada no STJ na sexta-feira (8). Se não forem interpostos outros recursos, o processo estará concluído para julgamento a qualquer momento.
O mais provável é que a ministra determine a retomada de todos os atos processuais e dê início a mais um calvário para o ex-governador.
Todas as ações contra políticos tucanos vão prescrever. Só irão presos os operadores, os “Paulo Preto” dos esquemas.