O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, garantiu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o órgão não produziu relatórios para orientar a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso da “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Ele admitiu a existência da reunião com a defesa do parlamentar no Palácio do Planalto, mas negou que o encontro tenha gerado algum ato formal subsequente do governo que justifique a ação judicial. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
Tanto o diretor da agência quanto o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, prestaram esclarecimentos ao Supremo. Os dois defenderam que o tribunal deve notificar o jornalista Guilherme Amado, que noticiou o caso na Revista Época, para que ele apresente os relatórios mencionados.
“Nesse sentido, encareço ao STF a citação do jornalista que detém os dados do suposto documento produzido pela ABIN para que forneça os relatórios citados a fim de que seja possível a adoção das eventuais medidas cabíveis”, declarou Ramagem.
Os dois também sustentaram que a reunião com a defesa de Flávio não é ilegal, pois compete ao GSI e à Abin zelar pela segurança do presidente e de seus familiares. “Fica claro, portanto, que o suposto ato ilegal (…) baseia-se integralmente na narrativa fantasiosa de um jornalista que, frequentemente, exorbita do seu direito de expressão, imputando, sem provas, condutas abusivas a autoridades públicas, sem nenhuma responsabilidade com a verdade dos fatos”, acusou o GSI.