Por Claudio Henrique de Castro-
Há os delinquentes de rua e os de colarinho branco.
Como eles são e onde vivem?
Nas grandes fraudes temos o delinquente graúdo, se for homem, usa sapatos de verniz, impecavelmente, engraxados. Se mulher,usa colar de pérolas e um vestido de cor única.
Os delinquentes de rua não têm vocabulário chique, falam palavrões a cada duas frases,seus cabelos sãodespenteados, com um certo ar desleixado. Estes são pré-conceitos de delinquentes.
Sabemos que não é bem assim.
Ambos roubariam os seiscentos reais do auxílio governamental e sairiam felizes do banco, contando as seis notas de cem ou as doze notas de cinquenta.
São vaidosos e, no fundo, acreditam que são nobres.
A vaidade que possui o desejo de se diferenciar dos outros, que não suporta a igualdade.
A vileza e a vaidade são nomes diferentes, mas não fazem diferentes os homens.
Por mais que a vaidade finja, invente e dissimule, tudo são imagens supostas e fingidas, tudo são sonhos de homens acordados (Mathias Aires).
Eis o mistério: não sabemos onde eles habitam.
Temos uma pista:eles zombam da Constituição, da ciência e das instituições.
Atualmente, a zombaria de alguns graúdos é não considerar as medidas sanitárias urgentes que devem ser tomadas em prol da população.
Aí vem a pergunta, até quando o Brasil enterrará milhares de vítimas, sem tomar as medidas de governo,com base na ciência, naquilo que o mundo tem feito e tem dado certo?
Quebrar o isolamento com base em álcool em gel e máscaras não aplacou a pandemia nos países que reduziram drasticamente o número de infectados.
Os menos favorecidos, que não conseguem fazer o isolamento, devem ser atendidos prioritariamente pelas políticas de Estado. Os testes em massa devem ser feitos, muito antes, do relaxamento da quarentena.
Isto são fatos, constatados cientificamente, não discursos.
A pandemia, porém, ainda não está na agenda prioritária, ela é secundária às vaidades para solapar a República.
No Brasil, a vaidade tornou-se maior que o Direito.