Tem empresas sendo acusadas de gastar milhões para produzir “fake news” contra um candidato e a favor de outro. Há denúncias contra grupos especializados em difundir mentiras pelas redes sociais. Há processos correndo na justiça eleitoral contra todas essas práticas e ações na justiça comum requerendo indenizações por danos morais movidas por partidos ou empresários que se sentiram injustamente denunciados.
Pois em Cascavel, no Paraná, um supermercado não recorreu a nenhum desses recursos, mas decidiu fazer propaganda disfarçada em favor do presidenciável do partido que tem o número 17, o PSL, Jair Bolsonaro. Sua propaganda na televisão apresenta ofertas em que todos os produtos são apresentados com preços compostos por 17 centavos!
Não deixa de ser uma estratégia de marketing comercial/político inteligente: não foi preciso gastar um centavo a mais para produzir e veicular a peça publicitária fora do horário eleitoral. Anúncios de ofertas fazem parte da rotina de bombardeio dos telespectadores.
Mas tática assim não é novidade na política: em 1988, quando Jaime Lerner se lançou candidato a prefeito de Curitiba com apenas 12 dias antes da eleição, a loja de bicicletas Cicles Jaime aproveitou para veicular anúncios que, indiretamente, remetiam ao nome do candidato do coração dos donos da loja.
Cérebro, inteligência e tenacidade existem para serem usadas.