A íntegra da Ordem do Dia do 31 de março

Nos quartéis de todo o país será lida a partir de hoje a “Ordem do Dia” assinada pelo ministro da Defesa e pelos comandantes das três Forças Armadas elusiva ao aniversário de 55 anos do golpe militar de 1964. Aqui está a íntegra do texto:

As Forças Armadas participam da história da nossa gente, sempre alinhadas com as suas legítimas aspirações. O 31 de Março de 1964 foi um episódio simbólico dessa identificação, dando ensejo ao cumprimento da Constituição Federal de 1946, quando o Congresso Nacional, em 2 de abril, declarou a vacância do cargo de Presidente da República e realizou, no dia 11, a eleição indireta do Presidente Castello Branco, que tomou posse no dia 15.

Enxergar o Brasil daquela época em perspectiva histórica nos oferece a oportunidade de constatar a verdade e, principalmente, de exercitar o maior ativo humano – a capacidade de aprender.

Desde o início da formação da nacionalidade, ainda no período colonial, passando pelos processos de independência, de afirmação da soberania e de consolidação territorial, até a adoção do modelo republicano, o País vivenciou, com maior ou menor nível de conflitos, evolução civilizatória que o trouxe até o alvorecer do Século XX.

O início do século passado representou para a sociedade brasileira o despertar para os fenômenos da industrialização, da urbanização e da modernização, que haviam produzido desequilíbrios de poder, notadamente no continente europeu.

Como resultado do impacto político, econômico e social, a humanidade se viu envolvida na Primeira Guerra Mundial e assistiu ao avanço de ideologias totalitárias, em ambos os extremos do espectro ideológico. Como faces de uma mesma moeda, tanto o comunismo quanto o nazifascismo passaram a constituir as principais ameaças à liberdade e à democracia.

Contra esses radicalismos, o povo brasileiro teve que defender a democracia com seus cidadãos fardados. Em 1935, foram desarticulados os amotinados da Intentona Comunista. Na Segunda Guerra Mundial, foram derrotadas as forças do Eixo, com a participação da Marinha do Brasil, no patrulhamento do Atlântico Sul e Caribe; do Exército Brasileiro, com a Força Expedicionária Brasileira, nos campos de batalha da Itália; e da Força Aérea Brasileira, nos céus europeus.

A geração que empreendeu essa defesa dos ideais de liberdade, com o sacrifício de muitos brasileiros, voltaria a ser testada no pós-guerra. A polarização provocada pela Guerra Fria, entre as democracias e o bloco comunista, afetou todas as regiões do globo, provocando conflitos de natureza revolucionária no continente americano, a partir da década de 1950.

O 31 de março de 1964 estava inserido no ambiente da Guerra Fria, que se refletia pelo mundo e penetrava no País. As famílias no Brasil estavam alarmadas e colocaram-se em marcha. Diante de um cenário de graves convulsões, foi interrompida a escalada em direção ao totalitarismo. As Forças Armadas, atendendo ao clamor da ampla maioria da população e da imprensa brasileira, assumiram o papel de estabilização daquele processo.

Em 1979, um pacto de pacificação foi configurado na Lei da Anistia e viabilizou a transição para uma democracia que se estabeleceu definitiva e enriquecida com os aprendizados daqueles tempos difíceis. As lições aprendidas com a História foram transformadas em ensinamentos para as novas gerações. Como todo processo histórico, o período que se seguiu experimentou avanços.

As Forças Armadas, como instituições brasileiras, acompanharam essas mudanças. Em estrita observância ao regramento democrático, vêm mantendo o foco na sua missão constitucional e subordinadas ao poder constitucional, com o propósito de manter a paz e a estabilidade, para que as pessoas possam construir suas vidas.

Cinquenta e cinco anos passados, a Marinha, o Exército e a Aeronáutica reconhecem o papel desempenhado por aqueles que, ao se depararem com os desafios próprios da época, agiram conforme os anseios da Nação Brasileira. Mais que isso, reafirmam o compromisso com a liberdade e a democracia, pelas quais têm lutado ao longo da História.

FERNANDO AZEVEDO E SILVA
Ministro de Estado da Defesa

4 COMENTÁRIOS

  1. A vacância do cargo nao existiu, pode ser verificado nos registros de Brasilia, de fato Jango viajou ao Rio Grande do Sul. Ele nao havia largado nada solto lá em Brasilia.

    Todavia alguns parlamentares estavam já comprados, para permitir que o congresso fosse invadido e que fosse feita a comunicação de vacancia, comprados foram sim e pelo Lincoln Jordam que era o embaixador que morava no Rio, e que conseguiu apoio de alguns milicos também. Há documentos que confirmam as reuniões com Castelo Branco e o envio de filmes produzidos cheio de fakes e distribuidos no interior do Brasil, apresentados em praças públicas, destacando que o comunismo ia tomar conta.

    A corrupção existia e a moral fo corrompida. Quantas pessoas venderam seu respeito e moral ao pais para providenciar apoio ao golpe? E foi a base de dinheiro, Kennedy até mandou um telegrama perguntando para Jordan quanto ele precisava para manter o plano em curso. Todos os telegramas foram compartilhados com o Brasil no governo Obama, só nao estuda historia quem nao quer.

    Os alunos do CMC usam um livro de historia e de geografia feitos pelo proprio exercito para quem nao sabe, pois o colegio pertence ao min da defesa e nao ao MEC, entao eles nao seguem o mesmo esquema curricular, mas os militares que ali atuam ao menos reconhecem que foi um golpe e que temos que seguir a vida, ninguem ali ensina os alunos que foi pedido, que foi util, que foi necessario, ninguem ali tem orgulho do fato. Ja o Bozo quer comemorar.

    Agora as pessoas entendem porque ele nao prosperou nas forças armadas? pq os militares sao mais para inteligentes e cultos, trilham caminhos para fazer coisas boas, atualmente, e o Bozo nao se se encaixa nisso. Ele acha que é para comemorar o que os militares cultos mesmo, sentem vergonha.

  2. A Nota é consistente. Se ficarmos olhando a popa podemos perder o rumo da proa. Nenhum país progride remoendo o passado. Vejamos claro que nos últimos 20 anos estabeleceu-se no país uma das maiores cleptocracias do planeta que estavam a ponto de levar nosso país à venezuelização. É preciso sair desse atoleiro se quisermos ter um futuro no concerto das nações. As Forças Armadas podem nos ajudar, diria mesmo, que só elas podem dar sustentação a um Brasil de Ordem e Progresso pois a petralhada lesa-pátria ainda está atuando para voltar ao poder.

  3. Não entrando no mérito da questão, a tal ameaça do comunismo – como querem uns, da ditadura do proletariado – como querem outros, e que o golpe se deu por articulação dos latifundiários, banqueiros, políticos conservadores, para represar o elenco de reformas de Base, elaborado no governo do Jangoulart, como penso eu, a Revolução, como a chamam uns, ou o Golpe, como dizem-no outros, seria até justificável desde que a permanência da milicagem no Olimpo fosse pelo tempo necessário à correção de rumos. Mas, não. Tomaram tanto gosto pelo Poder que notando a tendência de Castelo Branco pelo retorno ao quartel, explodiram o avião dele.

  4. A questão é que a vá não foi declarada pelo presidente !

    Ele estava no Rio Grande do Sul, em visita ao sogro enfermo.

    Então desculpa aí, mas bem ou mal foi um golpe baixo, e que teve apoio da população pq foi justificado: ” ficaremos um ano arrumando essa bagunça” … Ficaram 22.

    E foi ocorrido logo após uma passeata popular na Av Getúlio Vargas no rio de janeiro.

    A população não reclamou pq já vinha sendo bombardeada com fakje news há pelo menos um ano, onde éramos convencidos que o presidente nos entregaria à Rússia e seríamos comunistas etc etc e outras baboseiras.

    Os EUA temiam nossos acordos comerciais com a china e o nosso tamanho geográfico, em plena guerra fria veio através de seu embaixador, corromper brasileiros que ” acataasem o seu apoio” para vídeos instrutivos e panfletagem.

    Fofocas, mentiras , ameaças, e se iniciaram as pesseatas da família tradição e propriedade com homens, mulheres e crianças, todos cidadãos de ” bem” defendendo os costumes

    Gente se olharmos para o Brasil em 18/19 vemos o mesmo clima, as mesmas mebtiras, as mesmas trapaças, o mesmo descontrole e incompetência

    Estamos semeando em terreno fértil.

    Essa data devia servir para o esclarecimento e para a atenção

    Aliás ontem um aluno no positivo agrediu o outro a quem vinha ameaçando há dias. Semana passada um massacre foi evitado em escola na faz rio grande, pq o plano foi descoberto

    Não se assuste se agora,que temos um Trump tropical ,tivermos em voga outros costumes americanos

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