A eleição na Assembleia e os dossiês apócrifos

A eleição na Assembleia e os dossiês apócrifosO deputado estadual Fernando Francischini (PSL), o mais votado nas eleições de outubro, se declara candidato a presidente da Assembleia Legislativa. Diz que a enorme quantidade de eleitores que optou por seu nome é credencial suficiente para pleitear o comando da Casa – embora a história não registre casos em que os mais votados nas urnas sejam infalivelmente os preferidos do reduzido colégio de 54 eleitores que compõem o plenário. É mais fácil ser eleito deputado do que ser eleito presidente.

A disposição do Francischini – um dos nove policiais e militares eleitos na última fornada – foi confirmada em entrevista que deu ao repórter Guilherme Voitch, da Veja. Nela, o ex-secretário da Segurança que comandou a batalha do Centro Cívico em 29 de abril de 2015 e autor da ideia de embarcar deputados num camburão da PM para levá-los à votação de um dos pacotaços de Beto Richa, diz que sua ligação com Jair Bolsonaro e a eleição de uma grande bancada do PSL e de simpatizantes do novo presidente da República são fatores favoráveis para conquistar a presidência da Assembleia.

Coincidência ou não, o início da campanha interna de Francischini pelo cargo de presidente  – que faz parceria com o deputado Plauto Miró Guimarães, do DEM, atual primeiro-secretário e desde o lançamento da candidatura de Bolsonaro – já foi marcado pelo ressurgimento de um velho método: a produção de dossiês apócrifos que tentam comprometer deputados mais antigos e mais experientes, considerados potenciais adversários na competição direta pelos cargos da Mesa ou com influência para articular outros nomes que se opõem à dupla.

A eleição da nova mesa da Assembleia será em 1.º de fevereiro, com a posse dos deputados e início da nova Legislatura. Outro candidato declarado é o atual presidente, deputado Ademar Traiano, que diz ter obtido o compromisso do governador eleito, Ratinho Jr., de ajudá-lo a se reeleger. Nos últimos tempos, porém, Ratinho tem mantido mais do que silêncio – distanciamento da política interna da Assembleia. Sua preocupação maior é encontrar alguém com capacidade para ser o líder do governo na Casa.

 

 

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