Faz parte da rotina: todo governo que entra põe a culpa dos problemas no governo que sai. Mas fica faltando um esclarecimento: na campanha, embora soubesse o que ira enfrentar, o candidato prometia resolver tudo num vapt-vupt. Poucos dias ou meses seriam suficientes para restaurar a ordem e por as coisas no trilho. O tempo (pouco) mostra que a realidade é outra e, frente à impossibilidade de encontrar soluções rápidas, o jeito é continuar culpando os antecessores – embora tenha de reconhecer que não dá para recorrer aos mesmos métodos de gestão.
Foi o que voltou a fazer o presidente Jair Bolsonaro nesta manhã de sexta-feira (17) em comentário postado no Facebook para explicar porque, a exemplo do que se fez no passado, precisa contingenciar o orçamento de áreas sensíveis:
– Há somente dois caminhos para evitar contingenciamento de gastos: ou imprime dinheiro e gera inflação, ou comete-se crime de responsabilidade fiscal. Quem finge não entender essa lógica age como um abutre, aguardando ansiosamente pelo mal do Brasil para então se alimentar dele.
– Temos trabalhado de modo a conter esses problemas, que são herança dos rombos causados pelo desgoverno do PT, e manter, na medida do possível, a destinação dos recursos para áreas essenciais, mesmo com pouco dinheiro em caixa, mas existe uma realidade e não podemos extrapolá-la.
– Nosso presente serve para mostrar quão grave são as consequências de um governo socialista, populista e completamente corrupto. Não há responsabilidade com o futuro do Brasil, mas apenas com seus propósitos ideológicos. A conta sempre chega e os efeitos são sentidos por anos.
Em postagem pouco anterior, Bolsonaro lembrou a era Dilma e lamentou que os participantes das manifestações dos últimos dias tenham servido de “massa de manobra”:
– Dilma cortou 10 bilhões da Educação e doou 50 bilhões para países amigos (algumas ditaduras).
– Quem participou dessa última manifestação e não tinha conhecimento disso, eu lamento, mas foram usados como massa de manobra pelo bando do “Lula livre.”
Num vapt vupt parou de roubar e isto já é um excelente início de governo: prometeu e cumpriu – NÃO ROUBOU.
Tem razão o presidente pois os fatos obrigam. Os criminosos lesa-pátria ainda fora da cadeia que tomaram dinheiro público para beneficiar governos corruptos em outros países precisam ser trazidos à barra dos tribunais. É um dinheiro que hoje está faltando para o país e que talvez não tenha retorno por parte dos caloteiros internacionais. Vamos ficar atentos e cobrar responsabilização exemplar.