Em entrevista ao Blog 247, de São Paulo, ligado ao PT, o senador Alvaro Dias assumiu um compromisso que muitos entendem ser difícil de cumprir. Candidato a presidência da República pelo Podemos, em 2018, Alvaro disse ser “inarredável” o compromisso de acabar com o “balcão de negócios” em que se transformou o presidencialismo de coalizão. Foi por causa desse modelo de cooptação das siglas a qualquer custo que a corrupção se espalhou para o resto do país. Hoje há uma mini-Lava Jato em cada estado do país, lamenta.
O Contraponto sabe que tem um papel a cumprir e que é ditado pelo próprio nome que escolhemos para o nosso portal – isto é, o de ser um lugar onde a notícia, a análise crítica, a opinião destemida sobre fatos políticos e da administração pública deverão se submeter a um só critério: a de permanecerem fieis ao interesse coletivo, nunca se confundindo com oposição ou situação.
O senador Alvaro Dias tem absoluta razão. A tal coalizão, eufemismo para cooptação mediante troca-troca das mais variadas espécies, quase todas escusas, pôs por terra a independência dos poderes.Atenta contra o Estado que deve se fundar nos freios e contrapesos dos poderes públicos. Veja-se o Paraná: exemplo contundente de compadrio dos poderes públicos em benesses e proteção recíprocas. Outra excrescência resulta dessa coalizão espúria: parlamentares eleitos deixam o mandato e se bandeiam para o executivo; quando tem que votar em favor do governo, voltam ao parlamento, depois retornam. Não existe nenhum interesse público nessas manobras que conta com a conivência de governantes ímprobos, somente interesses personalíssimos. Tanto que perto de eleições voltam à cadeira parlamentar para enganar seus pretensos eleitores deixados a ver navios … No Brasil, estamos vendo seguidamente, tudo se desvirtua.