Autor das delações premiadas que levaram o Ministério Público Federal e o Gaeco a deflagrarem as operações Piloto e Rádio Patrulha, respectivamente, o ex-deputado e empresário Tony Garcia classifica como “patético e mentiroso” o depoimento prestado por Deonilson Roldo, ex-chefe de Gabinete de Beto Richa, na quarta-feira (8), perante a 23.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, onde tramita a ação penal referente à Operação Piloto.
Garcia disse ter assistido ao depoimento de Deonilson, reproduzido em primeira mão pelo Contraponto (https://contraponto.jor.br/em-interrogatorio-deonilson-se-diz-inocente-e-vitima-de-armacao/), e desmente, em e-mail para o blog, versões apresentadas pelo assessor do ex-governador Beto Richa durante o interrogatório.
Tony Garcia reafirma as informações que prestou ao MPF em delação premiada acerca de suas relações empresariais com o grupo Bertin e com sua subsidiária Contern, que se mostravam interessados em participar da PPP lançada pelo governo do estado para a duplicação da PR-323.
O e-mail diz o seguinte:
Vi e ouvi com muita atenção o depoimento do Deonilson Roldo postado em seu blog, principalmente ao que tange quando se refere à mim.
A emoção que ele tenta demonstrar ao narrar sua trajetória é tão falsa quanto seu depoimento, e as lágrimas derramadas. Não passam de LÁGRIMAS DE CROCODILO.
O depoimento inteiro é patético e mentiroso, a narrativa é completamente esdrúxula e mal decorada, faltou-lhe um teleprompter.
Quando ele se refere ao meu relacionamento com o Grupo Bertin, ele diz meias verdades, pois desconhecia na época as tratativas diretas do grupo com Pepe Richa e Beto Richa.
A única coisa que pedi a ele referente ao grupo, foi marcar uma reunião com a diretoria da Copel para apresentação de um projeto. Aconteceu a reunião. Nunca mais falei com ele sobre o Bertin nem nada lhe pedi, pois à partir daí eu tratava direto com o Beto e o Pepe.
Ele voltou à carga quando descobriu que a empresa Contern havia comprado o edital da 323, e como tinha sido “CONTRATADO” pela Odebrecht para “LIMPAR A ÁREA”, entrou em contato com a empresa em São Paulo buscando falar com seu presidente. O presidente à época era o senhor Pedro Rache, que após receber vários telefonemas do Deonilson me ligou perguntando de quem se tratava, e o que queria. Respondi dizendo que o Deonilson era o Governador de fato, e chefe de gabinete do Beto. Pedro Rache retornou a ligação ao Deonilson e marcaram o encontro no Palácio para o dia seguinte.
Neste encontro, Deonilson chantageou criminosamente Pedro Rache, colocando na mesa as tratativas em andamento na Copel, as quais poderiam andar ou não dependendo da boa vontade do Pedro Rache em se retirar da concorrência da 323 deixando o caminho livre para a Odebrecht não ter concorrentes disputando o certame. Cometeu outro crime claro pedindo ao Pedro para participar da concorrência dando “COBERTURA”, coisa que daria um ar de disputa séria e legitima.
Tony Garcia
Os dois estão certos.
Mais um capítulo da novela.
É uma guerra de nervos. Hipoteticamente falando ambos podem puxar cadeia – daí porque cada um defende a sua estória com unhas e dentes.
Meu palpite: no fim todos acabarão se dando mal, pois o MP não vai fazer favor para ninguém.