Um breve discurso do deputado Marcio Moreira Alves, do antigo MDB do Rio de Janeiro, pronunciado numa sessão vazia e monótona do Câmara Federal em que pedia que moças casadoiras não namorassem militares, foi o pretexto usado pela ditadura para decretar o Ato Institucional n.º 5 (AI-5) – o mais duro de todos os Atos Institucionais decretados desde o golpe de 1964. Foi baixado pelo marechal presidente Artur da Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968, há exatos 49 anos.
Dele resultou o fechamento do Congresso, a perda de mandatos de parlamentares contrários ao regime, intervenções em municípios e estados e a suspensão de quaisquer direitos constitucionais. Eliminou o habeas corpus, institucionalizou a censura prévia à imprensa, à música, ao cinema e ao teatro, além de abrir os porões da tortura contra presos políticos.
O AI-5 durou dez anos – a mais longa e escura noite que se abateu sobre o país.
No vídeo, uma foto do momento em que – pela voz do locutor oficial da Presidência Alberto Curi, tendo ao lado o ministro da Justiça, Leitão de Abreu – o país tomava conhecimento de que dali em diante viveria anos sob a mais escancarada fase da ditadura. Imagens da época mostram o clima que o país vivia naqueles dias.