É a pior posição do Brasil desde 2012. Apesar de a pesquisa da Transparência Internacional existir desde 1996, os dados só são comparáveis estatisticamente desde aquele ano porque houve mudança de metodologia.
Quanto maior a pontuação, menos corrupto é o país. A nota é dada a partir de uma série de levantamentos com entidades que fazem análises sobre o setor público brasileiro, como o Fórum Econômico Mundial e a Economist Intelligence Unit.
A pesquisa da TI, chamada de IPC (Índice de Percepção de Corrupção), é a mais respeitada e a mais utilizada no mundo sobre ética e negócios públicos.
Em 2014, quando começou a Lava Jato, o Brasil ocupava a 69ª posição, com 43 pontos. Desde então a percepção de corrupção do país só tem aumentado.
Essa deterioração da imagem não ocorre por acaso, segundo Bruno Brandão, representante da Transparência Internacional no Brasil: o fenômeno ocorre porque o país trouxe à tona um tsunami de negócios ilícitos entre grandes empresários e os governos, mas os parlamentares, muitos dos quais beneficiários desse esquema de suborno, não fizeram nada para alterar a ordem da propina. Ou, como diz a TI em comunicado à imprensa, “os fatores estruturais da corrupção nacional seguem inabalados”, já que não houve avanço de medidas de combate.
“Não houve em 2017 qualquer esboço de resposta sistêmica ao problema; ao contrário, a velha política que se aferra ao poder sabota qualquer intento neste sentido”, afirma Brandão no mesmo comunicado.