Desde os tempos em que reinava absoluto na presidência, o vereador cassado João Cláudio Derosso imaginava construir uma nova sede para preservar o prédio histórico da Câmara Municipal, construído no século 19. Chegou a encomendar um projeto ao Ippuc e pensava ser possível levantá-lo no espaço do estacionamento interno da Casa. Vinha acumulando recursos num fundo formado com sobras orçamentárias e destinado especificamente para a construção.
O edifício não saiu. Nas gestões dos presidentes Paulo Salamuni e Ailton Araújo, ambos decidiram dar destino que consideraram melhor para a cidade: em vez de um novo prédio para os vereadores, transferiram os recursos do fundo para que o então prefeito Gustavo Fruet não deixasse atrasar salários para os servidores municipais – com o compromisso para, depois, a própria prefeitura tocasse a obra da nova Câmara.
O assunto voltou a debate nos últimos meses, quando o prédio histórico onde funciona o plenário quase não aguentou a enxurrada de manifestantes que protestavam contra a aprovação do “pacotaço” do prefeito Rafael Greca. A invasão de pessoas em número superior ao limite de segurança da velha construção causou danos: o assoalho afundou, a escada de acesso às galerias sofreu deslocamento.
Na seção desta terça-feira, a vereadora Josete defendeu a construção e até indicou o terreno em frente à Câmara (antiga garagem de bondes) como lugar ideal para um prédio que comportasse auditório para pelo menos 300 pessoas. O vereador Hélio Wirbiski contestou: foi à tribuna para dizer que o dinheiro que seria gasto com a nova sede seria melhor aplicado em saúde e educação.