Ex-líder dos governos Lula e Dilma na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (Avante-SP) enviou na segunda-feira (15) ao juiz federal Sergio Moro uma carta fiança no valor de R$ 1.522.700,00. O documento serviria para o ex-deputado honrar o acordo que o tirou da cadeia. Vaccarezza havia sido preso em agosto de 2017, em uma das fases da Operação Lava Jato, e solto alguns dias depois com o compromisso de pagar fiança de R$ 1,5 milhão em dez dias.
Investigado por formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro, em um suposto esquema de corrupção no fornecimento de asfalto à Petrobras, Vaccarezza tentou voltar à Câmara Federal nas eleições deste ano. Para custear a campanha, o ex-deputado criou uma lista no aplicativo WhatsApp para arrecadar dinheiro. Ao saber da “vaquinha virtual”, Moro voltou a cobrar o cumprimento do acordo, mas a defesa de Vaccarezza alegava que o ex-petista não tinha condições financeiras para honrar o combinado. Ele chegou a oferecer propriedades da mãe na Bahia como garantia.
Com a entrega do documento à Justiça Federal mais de um ano depois, Moro pediu ontem (16) que o Ministério Público Federal se manifeste em até cinco dias sobre a carta fiança entregue por Vaccarezza.
Em tempo: o ex-líder petista recebeu 5.297 votos e ficou distante do Congresso.