(por Luiz Geraldo Mazza, na Folha de Londrina) – Valendo-se do seu meio preferencial de manifestações, Roberto Requião tuitou que sai candidato ao governo. Pode ser uma decisão repentina, mas também um recado em família depois que seu sobrinho, deputado federal João Arruda, participou de um encontro entre o seu sogro, Joel Malucelli, o ministro Ricardo Barros e a esposa, candidata à sucessão. Arruda não apareceu nas fotos da reunião em Guaratuba e isso foi explorado nas redes sociais, talvez a causa eficiente da postagem do tio, tão sutil como o sumiço da imagem.
A condição do momento do senador não é boa: um pedido da Juventude Nacional do MDB de sua expulsão do partido persiste sob análise, conquanto se propale que um dos que o defende é o ex-presidente José Sarney. O fato é que os que se opõem a Requião regionalmente no MDB não têm densidade eleitoral para confrontá-lo e a agremiação nacionalmente não está com créditos (boa parte dos seus quadros hierárquicos na cadeia, o principal deles Eduardo Cunha com um pedido de prisão de 386 anos pelo Ministério Público Federal) para puni-lo sem criar um mártir ousado e provocador e com uma credencial clara – a de aliado de Lula, cada vez mais próximo, conforme o aumento do cerco até o próximo dia 24.
Com isso, gera mais fatos políticos do que os que se dizem candidatos como Ratinho Júnior, a vice e Osmar Dias. Na verdade, o melhor rumo seria o Senado na disputa pela segunda vaga, pois a primeira é de Beto Richa, se decidir pela disputa. E faria como insinua na mensagem uma campanha contra o tucanistão corrupto e incompetente. Pelo menos, seria divertido ouvir seus comentários sobre o massacre do Centro Cívico e os muitos desvios denunciados pelo Ministério Público estadual.
Mais um desdobramento da mediocracia política da terra ditada por interesses oligárquicos tão bem sinalizados. Dá para imaginar a pobreza de uma campanha entre Richa e Requião em análises dos respectivos comportamentos.
Requião vai visitar o parça Sergio Cabral no presídio?