Um abaixo-assinado de sindicatos rurais patronais, sociedades rurais, associações, cooperativas e pessoas físicas declara “apoio à antecipação do fim da vacinação contra febre aftosa”. Foi entregue ao governador Beto Richa sob a “alegação” de que o Estado “tem condições de se tornar ‘área livre de febre aftosa sem vacinação’ antes do que prevê inicialmente” o Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa.
Qual é a posição dos atuais gestores da fiscalização agropecuária do Estado, nomeados pelo próprio governador?
A Associação dos Fiscais da Defesa Agropecuária do Estado do Paraná (Afisa-PR) é contra a antecipação: o Paraná ainda não reúne as plenas condições em infraestrutura (especialmente na fiscalização do trânsito de animais e seus produtos derivados) e contingente de fiscais agropecuários e de assistentes.
A Afisa faz perguntas que precisam ser respondidas antes que o governador aceite a pressão das entidades:
- Há recente monitoramento sorológico oficial da febre aftosa que indique a situação nas áreas fronteiriças do Estado? Há recente sorologia oficial?
- Os rebanhos dos animais suscetíveis foram identificados pelo serviço oficial veterinário do Estado?
- Funciona a contento a fiscalização do trânsito de animais e seus produtos derivados em todas as regiões fronteiriças do Estado?
“Os subscritores desse abaixo-assinado devem aguardar, visto que o governo de turno (já em seus últimos estertores), passados quase sete anos, ainda não conseguiu viabilizar a condição de área livre de febre aftosa sem vacinação. Essa missão, agora, é do próximo governo estadual que se inicia em 2019”, diz a nota da Afisa.