A Presidência da República se recusa a divulgar o custo de uma viagem do presidente Michel Temer (MDB) de poucas horas à cidade de Itu, no interior de São Paulo, no feriado da Proclamação da República do ano passado.
Na ocasião, ele foi ao município do interior paulista somente para entregar o título de Cidadão Ituano a um amigo, o advogado e ex-sócio José Eduardo Bandeira de Mello. Temer também transferiu, simbolicamente, a capital do País para Itu naquele dia.
O GSI diz que a divulgação dos valores colocaria em risco a segurança do presidente.
O fundador e secretário-geral da Associação Contas Abertas, Gil Castello Branco, considera “uma aberração” o governo alegar sigilo em relação a informações relativas somente aos gastos de uma viagem presidencial.
“Não querem deixar claro o custo da viagem até porque o motivo é discutível. Não vejo qualquer sentido em não ser exposta [a informação]. O custo de uma viagem não está diretamente relacionado à segurança do presidente”, explica.
Além dos gastos da própria Presidência, como avião, helicóptero, carros oficiais e equipe de assessores — que recebem diárias por esses deslocamentos —, a rápida passagem de Temer por Itu também gerou custos ao Estado de São Paulo.
A Polícia Militar precisou montar um forte esquema de segurança na cidade de 154 mil habitantes. O Exército também teve que empenhar 150 homens para cuidar de um deslocamento de 300 m da comitiva presidencial.