Projeto da flexibilização do horário do comércio de rua em Curitiba é adiado

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) decidiu adiar, por 30 sessões, a primeira votação do projeto de lei que pretende flexibilizar o funcionamento do comércio de rua. A medida foi adotada depois de duas horas de debate em plenário e a proposta, com isso, poderá retornar à pauta a partir da última semana de outubro.

A ideia é revogar a lei municipal 7.482/1990, que atualmente estabelece como horário comercial os períodos compreendidos das 9h às 19h, de segunda a sexta-feira; e das 9h às 13h, aos sábados. A proposição também pretende revogar o artigo 36 da lei municipal 11.095/2004, que determina que a definição dos horários de funcionamento sejam por meio de ato do Poder Executivo.

Um dos principais argumentos para a flexibilização é a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, instituída pela lei federal 13.874/2019. Outro ponto seria ampliar a concorrência entre o comércio de rua e os shoppings de Curitiba. “A proposição se dá na esteira do que já foi concretizado em outros municípios da Região Sul, a exemplo de Florianópolis, Porto Alegre, Joinville, Santa Cruz do Sul e Blumenau, entre outros”, aponta a justificativa da matéria.

O adiamento foi solicitado pelas autoras, Amália Tortato e Indiara Barbosa, ambas do Novo, com a justificativa de se ampliar o diálogo com os comerciários. As vereadoras, no debate da proposição, defenderam que foram ouvidas inclusive a Prefeitura de Curitiba e a entidade representativa dos comerciários. Também lembraram a discussão ocorrida em audiência pública na Câmara, no começo de junho.

“Todos os direitos trabalhistas estão resguardados”, declarou Tortato. Para ela, a legislação cria “uma reserva de mercado” para os shoppings. “Dar a liberdade, e é isso que é importante dizer, isso que eu quero deixar muito claro [como foco da proposta]. Nós não estamos obrigando nenhum comerciante a abrir mais cedo ou a fechar mais tarde.”

“O que a gente quer é a liberdade de abrir”, completou Barbosa. Afastada por orientação médica, ela participou do debate de forma virtual. “Provavelmente não são a maioria dos comércios que vão abrir em horários ampliados. Depende da demanda”, indicou. Ainda em sua avaliação, a iniciativa dará mais autonomia para as negociações: “Essa lei, de certa forma, tira poder dos sindicatos”.

Vereadores a favor da proposta defenderam principalmente a liberdade e a geração de empregos no pós-pandemia. Do outro lado, parlamentares alertaram para os direitos dos trabalhadores e o impacto para os serviços públicos.(Foto: Carlos Costa/CMC).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui