O presidente do Banco do Brasil, André Brandão, colocou nesta sexta-feira (26) o cargo à disposição do presidente da República, Jair Bolsonaro. A saída deverá ser confirmada nos próximos dias.
A decisão de Brandão já foi comunicada ao ministro da Economia, Paulo Guedes. A interlocutores, o executivo financeiro que, em setembro do ano passado, deixou um cargo no HSBC em Nova York para assumir o banco admitiu ter cansado de Brasília — e deste governo. Ele não conseguia entender, por exemplo, por que tinha que desmarcar reuniões importantes de trabalho para figurar em cerimônias no Palácio do Planalto, como exigia o presidente da República.
Nas últimas semanas, vinha sinalizando que não conseguiria lidar com interferências políticas em seu trabalho. Avesso a cerimônias de beija-mão e tapinhas nas costas, Brandão queria poder tocar a agenda liberal que domina, avançando nos processos de desinvestimentos e enxugando a máquina do banco. Mas viu que não teria apoio.
Os rumores recentes de que, no Palácio do Planalto, não tinham gostado de sua decisão, em janeiro, de fechar 361 unidades e anunciar programas de demissão de funcionários o fizeram ter certeza de que a prática não condiz com o que o este governo pregou para ser eleito. O gesto de colocar o cargo à disposição é uma antecipação a uma eventual demissão. Brandão tenta, assim, evitar que o banco passe por uma turbulência semelhante à da Petrobras nos últimos dias. (De O Antagonista).