Uma pesquisa da XP/Ipespe, feita nos dias 22 e 23 de fevereiro, indica que a decisão do presidente Jair Bolsonaro de substituir o comando da Petrobras praticamente dividiu ao meio os eleitores entre os apoiadores e os críticos.
Segundo o levantamento, 70% dos entrevistados tomaram conhecimento da notícia da substituição de Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna, no comando da empresa pública. Deste grupo, 40% dizem que Bolsonaro errou com o movimento, interpretado no mercado financeiro como sinal de alerta de interferência política sobre o funcionamento da estatal – e que levou as ações a uma queda acumulada de 20% em dois pregões.
Enquanto isso, 38% concordaram com a decisão, ao passo que 23% não manifestaram posição a respeito. A pesquisa XP/Ipespe ouviu 800 pessoas em entrevistas telefônicas. A margem máxima de erro é de 3,5 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Entre os que dizem ter votado em Bolsonaro no segundo turno da corrida presidencial de 2018, o apoio à decisão de trocar o comando da Petrobras sobe para 62%, contra 18% que dizem não concordar. Já considerando os demais eleitores, os críticos são maioria: 60%, contra 15% de defensores.
De acordo com a pesquisa, 41% acreditam que os preços dos combustíveis devem ser definidos pelo mercado, mas que o governo estabeleça prazos para os reajustes. Já 25% defendem decisão pelo mercado sem qualquer interferência do governo. Outros 18% dizem que é o governo quem deve ditar os preços, mesmo que isso levasse a um aumento de impostos em geral.
A pesquisa revelou, ainda, apoio popular a uma postura mais intervencionista do governo na economia. Medidas como a regulação de preços e do comércio entre países são defendidas por 53% da população – 3 pontos percentuais acima do verificado em junho de 2018.