Pequeno dicionário da pandemia

Por Claudio Henrique de Castro –  Constituição: livrinho de regras e princípios que ora é cumprido, ora descumprido;

Coveiro: trabalhador de cemitérios, responsável pela preparação das covas e dos túmulos durante o funeral. Entrevistado em 20 de abril de 2020, a respeito das mortes pela pandemia, Bolsonaro disse: “Eu não sou coveiro”, e não quis mais falar sobre a relação entre a mortalidade da doença e medidas de restrição;

Genocídio: expressão usada para definir extermínio sistemático de um grupo étnico ou a todo ato deliberado que tenha como objetivo o extermínio de um aspecto cultural fundamental de um povo. A omissão deliberada de negar a pandemia e a ciência podem caracterizar genocídio perante os tribunais penais internacionais;

Gripezinha: sinônimo de resfriadinho, não tem nada a ver com a pandemia, apesar de Bolsonaro afirmar que era idêntica à covid-19 em 24/03/2020;

Máscara: peça com que se cobre parcial ou totalmente o rosto para ocultar a própria identidade (máscara de carnaval) ou para se proteger da pandemia. Em 25/02/2021 dia no qual o Brasil registrou 1582 mortes pela covid, Bolsonaro questionou a eficácia do uso de máscara e o isolamento social, quando ambos são comprovadamente eficazes e recomendados pelas autoridades sanitárias para conter a pandemia;

Necropolítica: é quando o Estado escolhe quem deve viver e quem deve morrer, as escolhas seletivas na medicina de catástrofe, obrigam a escolher quem tem maior chance de vida a receber prioritariamente oxigênio, ingressar na UTI, pela omissão na compra das vacinas e na falta de políticas de prevenção como uso de máscaras ou afirmar que a cloroquina, a invermectina, o ozônio no reto  e outras medidas sem a comprovação científica deque são funcionais;

Negacionismo: expressa a ideia de negar a ciência, negar a realidade como forma de escapar da verdade desconfortável, política de negar a pandemia e suas medidas de prevenção, e pode caracterizar o genocídio;

Omissão governamental: quando a lei prevê determinada conduta e os agentes políticos ou servidores públicos a descumprem. Por exemplo, deixar de comprar vacinas, se omitir na distribuição de recursos orçamentários para o combate à pandemia e tudo que está ocorrendo no país;

Pandemia: em grego significa de todo o povo, doença infecciosa que se espalha entre a população de um estado ou no mundo;

Pária: marginal, quem está à margem da sociedade, a política negacionista da pandemia no Brasil e a política internacional desastrosa deixou o país como um pária no cenário internacional, prejudicando exportações e negociações comerciais;

Vacina: suspensão de microrganismos patogênicos, mortos ou atenuados, introduzida num organismo a fim de provocar a formação de anticorpos contra determinado agente infectante. Os países civilizados estão vacinando em massa suas populações, aliás como fizeram com os testes em massa que sequer ocorreram no Brasil.

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