A Câmara dos Deputados recebeu até essa terça-feira (6) 107 pedidos de impeachment contra o presidente da República, Jair Bolsonaro. O levantamento é da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara. Do total, 41 foram protocolados durante a gestão de Arthur Lira (PP-AL). Seu antecessor, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu 66 pedidos enquanto ocupou a presidência da Casa.
O avanço catastrófico da pandemia de covid-19 no Brasil, já previsto por especialistas em saúde, e a falta de liderança do governo federal no combate à crise sanitária impulsionaram o número de pedidos de afastamento de Bolsonaro, segundo informa o portal Congresso em Foco.
Ainda que os pedidos de impeachment denunciem irregularidades cometidas por Bolsonaro em diversas áreas, a postura do presidente na pandemia foi determinante para o salto do número de pedidos de afastamento. Em 2019, primeiro ano do atual governo, foram protocolados cinco pedidos.
Em 2020, ano majoritariamente assolado pela pandemia e que terminou com mais de 270 mil vidas perdidas para a covid, Bolsonaro motivou a apresentação de outros 53 pedidos de afastamento. Porém, com o país batendo recordes semanalmente de casos e mortes registradas pela doença, desde o início de 2021, já foram apresentados 47 novas ações na Câmara.
O levantamento escancara a pressão pelo afastamento ao revelar que, nos últimos sete dias (de 31 de março a 6 de abril) foram 32 pedidos de impeachment protocolados contra Bolsonaro. Desses, apenas um não cita a atuação do presidente para boicotar o combate à crise sanitária e denuncia as tentativas de uso político das Forças Armadas.
Dos 107 protocolados, quatro foram arquivados por serem considerados apócrifos e um foi dado como “concluído” porque a certificação digital utilizada não era do autor. Os 102 restantes constam como “em análise”. No entanto, o termo é apenas uma burocracia, já que cabe ao presidente da Câmara decidir se vai mesmo dar prosseguimento ao processo.