Atenção senhores passageiros: a tarifa do ônibus de Curitiba vai subir de R$ 4,25 para no mínimo R$ 5,00 no próximo reajuste, normalmente implantado em fevereiro de cada ano.
O aumento será inevitável. Desde a semana passada, quando a prefeitura anunciou a elevação da tarifa técnica para R$ 4,71 – valor pago às empresas concessionárias por passageiro transportado – abriu-se um “rombo” que, provisoriamente, será coberto pelo subsídio de R$ 71 milhões que o coração generoso da governadora Cida Borghetti se dispôs a transferir para o município. O usuário continuou pagando R$ 4,25, o que significa que cada um dá prejuízo de 46 centavos quando passa pela roleta.
Assim, se não aparecerem novos motivos para outro aumento da tarifa técnica e se o próximo governador suspender o subsídio, a conta vai mesmo sobrar para o pobre usuário do transporte coletivo.
Tudo isso acontece quase dois anos depois das promessas grandiloquentes do então candidato a prefeito, Rafael Greca, nas eleições de 2016, segundo as quais sua prioridade seria não só corrigir as distorções econômico-financeiras do sistema, como também melhorar a qualidade do sistema e reativar a integração metropolitana.
Afora o aumento da passagem, decretado dia 6 de fevereiro do ano passado, seguido três dias depois pelo famoso happy hour no Country Club entre o prefeito e dom Donato, o patriarca da família Gulin – dona de 70% das linhas de Curitiba – o sistema continua patinando. Há promessas de renovação paulatina da frota e a integração metropolitana anda devagar. A única coisa que está andando depressa até agora é a ameaça de novos aumentos insuportáveis e/ou a imposição de subsídios públicos para cobrir a diferença entre o custo real e a a arrecadação própria.
Greca já tirou um presidente da Urbs, José Antonio Andreghetto, e o substituiu por Ogeny Maia. Seria o executivo capaz de resolver o problema. Mas continua tudo praticamente do mesmo tamanho e circunstância.
Vereadores de Curitiba exigem explicação e, novamente, convocam o presidente da Urbs para uma audiência na Câmara. Requerimento assinado pelo vereador Felipe Braga Cortes, Bruno Pessuti e outros sete que compõem a bancada de oposição e independentes esperam que, desta vez, Ogeny Maia não fuja – como já o fez uma vez com a ajuda do líder do prefeito, vereador Pier Petruzello.