O senador Oriovisto Guimarães (Podemos) foi o único dos três senadores do Paraná a votar pela manutenção do veto do presidente Jair Bolsonaro à lei que previa reajuste salarial para servidores diretamente envolvidos no combate à pandemia do coronavírus no país.
Dos 81 senadores, apenas 30 votaram pela manutenção do veto – Oriovisto foi um deles, mas justificou com a gravação de um vídeo (veja abaixo). Os outros 51 entenderam que aos servidores da saúde, da segurança pública, Forças Armadas, peritos, agentes socioeducativos, profissionais de limpeza urbana, de serviços funerários, de assistência social e da educação pública deve ser assegurado o direito a reajustes salariais em 2021.
A derrubada do veto no Senado, na sessão virtual de quarta-feira (19), ainda deverá ser confirmada em votação na Câmara nesta quinta (20). Oriovisto fez um apelo para que os deputados federais votem pela manutenção do veto, pois entendem que os funcionários públicos devem dar sua contribuição para não agravar a situação financeira do governo, já pesadamente afetada pela liberação de recursos destinados ao enfrentamento da Covid-19.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que, se o veto não for mantido, os cofres públicos serão impactados no ano que vem com uma despesa extra que pode chegar a R$ 120 bilhões. “Eu não posso governar um país se esse veto (não) for mantido na Câmara… É impossível governar o Brasil, impossível. É responsabilidade de todo mundo ajudar o Brasil a sair do buraco”, disse Bolsonaro a apoiadores, nesta quinta-feira na saída do Palácio da Alvorada.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também manifestou preocupação. “Pegar dinheiro de saúde e permitir que se transforme em aumento de salário para o funcionalismo é um crime contra o País”, disse.
“Colocamos muito recurso na crise da saúde, e o Senado deu um sinal muito ruim permitindo que justamente recursos que foram para a crise da saúde possam se transformar em aumento de salário. Isso é um péssimo sinal. Temos que torcer para a Câmara conseguir segurar a situação”, afirmou Guedes.
Conforme o jornal O Estado de São Paulo, foi o próprio Bolsonaro quem deu aval para que o Congresso aumentasse a lista de categorias que poderiam ter reajuste até o fim do ano que vem, contrariando as orientações da equipe econômica. Com as modificações, da forma como foi aprovado pelo Congresso, a economia com a medida, prevista inicialmente em R$ 130 bilhões, caiu para R$ 43 bilhões.