A Central de Flagrantes é o retrato mais agudo da superlotação e da violação sistemática de direitos fundamentais nas delegacias de Curitiba. Nesta quarta-feira (16), 140 presos ocupavam o lugar de apenas 8. Eles se amontoavam em duas celas, uma sala e uma antessala – nessa última, ficam algemados pelos pés e pelas mãos o dia inteiro porque a única separação entre eles e o dia a dia do próprio imóvel é uma porta de vidro.
A denúncia é da presidente do Conselho da Comunidade de Curitiba, Isabel Kugler Mendes, que esteve no local. Segundo ela, havia presos com costelas quebradas, membros infeccionados, tuberculose, doenças venéreas, problemas respiratórios e de coração. Todos estavam praticamente nus. Havia ainda vômitos pelo chão.
“As cenas da antessala e da sala lembram filmes de terror. Isso viola qualquer lei nacional e os tratados internacionais. A lei prevê espaço e dignidade para os presos com intuito do Estado não combater o crime com o crime da prisão. É inadmissível que continue a acontecer em pleno século XXI no coração de uma das capitais mais ricas do país”, afirma Isabel.
O caos está retratado no site do Conselho da Comunidade e pode ser conferido aqui:
Old news are so exciting.
Advogados, um mundaréu deles, já alertava, denunciava, escandalizava isso há mais de ano.