“Novo” tem poucas chances; o “velho” vai continuar mandando

Essa será a primeira eleição geral sem o financiamento empresarial das campanhas — a estreia do modelo foi em 2016, nas disputas municipais. A previsão é que a maior parte dos gastos seja bancada com dinheiro público do fundo eleitoral, criado no ano passado e orçado em R$ 1,7 bilhão. Os partidos decidem como distribuir o dinheiro aos candidatos. Para o professor da FGV Carlos Melo, entrevistado pelo Globo, o fundo acabou se tornando um dos maiores impeditivos para o lançamento de outsiders:

— A tendência é que a divisão desses recursos, que é feita pela cúpula dos partidos, beneficie quem já é político. Existe um paradoxo nesta eleição: há uma força muito contrária à renovação, que é o fundo eleitoral, e uma força muito forte a favor da renovação, que é a insatisfação popular. Se tivesse que dar um chute, eu diria que a força do dinheiro na campanha é bem significativa.

A renovação política, na opinião dos especialistas, leva tempo e depende de condições mínimas. A demanda popular pelo “novo” é uma delas, mas não é capaz de mudar o quadro sozinha.

— Precisamos entender que a renovação política não é automática pelo fato de a classe política estar desacreditada. Ainda não colocamos a política velha para fora. A política velha não está na cadeia. Vai levar tempo — diz Melo.

A eleição deste ano para o Legislativo poderá dar um passo nessa direção, embora tímido, na opinião de Praça.

— A tentativa de renovação no Legislativo vai ser mais forte do que para cargos do Executivo este ano. Agora, se ela vai se concretizar, ainda não dá para dizer — afirma o cientista político da FGV-Rio.

1 COMENTÁRIO

  1. Não sei se é genuino este espanto do ContraPonto. Acho mesmo que é mais pose e pra se fazer de distante das coisas que como jornaçlistas patrocinaram..

    Então um congressso como este ia fazer alguma reforma que não fosse uma que garantisse a quem esta lá ser reeleito? alguem imagina que iam fazer reformas republicanas.Parabens.

    Ha uns 4 meses saiu no El Pais ou na BBC que a chance da grana fazer sumir as lembranças em relação aos atuais deputados e senadores era imensa.

    Mas como foi a imprensa que construiu isso para prender o PT e o LUla, agora segurem a bucha e expliquem isso pros leitores ou pra quem se interessa.

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