Em palestra no I Congresso Brasileiro da Escola de Altos Estudos em Ciências Criminais, em São Paulo, sobre o tema “O combate à corrupção e à impunidade”, o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol desabafou:
“Minha história é de fracasso na luta contra a corrupção”
Para ele, a corrupção no Brasil é tamanha porque somos o país da impunidade. Em primeiro lugar, a corrupção é difícil de se descobrir e mesmo quando se sabe que de fato ocorreu é difícil de comprovar. Em segundo lugar, o processo pode ser anulado – principalmente quando o réu é rico.
Depois, os casos demoram mais de 10 anos e, como Justiça lenta é Justiça nenhuma, acontece a prescrição. Quando o processo não prescreve, enfrenta-se dificuldade em executar a pena. Quando a pena é executada, vê-se que a pena é branda demais. E, por fim, a pena é indultada depois do cumprimento de um quarto do tempo, como ocorreu com condenados no mensalão.
Para explicar a história dos seus fracassos, Dallagnol relembra o caso do Banestado, dos Gafanhotos do Paraná e da Operação Pôr-do-Sol, que não tiveram sucesso em punir suspeitos de serem corruptos seja por prescrição ou pela anulação de provas.