Mazza destrincha o pacotaço

Do jornalista Luiz Geraldo Mazza, na Folha de Londrina desta quarta-feira (9)

10% do saque

O novo pacote, agora mais discreto, de Beto Richa projeta economizar R$ 200 milhões na estrutura estadual, menos de um décimo do que arrecadou com o saque do fundo de pensão estadual. Só esse referencial dá uma ideia do seu baixo impacto no esforço para complementar o ajuste fiscal tão badalado que comprova apenas que o Paraná quebrou e não foi ontem, mas seguramente agora no seu período de gestão.

Isso não tirou a arrogância, a prepotência e a soberba do mandarinato visível nas suas peças de propaganda como sempre, e isso seguindo a tradição de décadas, do triunfalismo que só se afirma no mundo virtual, aliás caríssimo e um dos pontos de mais elevados custos, especialmente quando visa um público mais externo. Vale-se das rotinas das empresas públicas, que insiste em projetar como as maiores do país, para sugerir que se faz alguma coisa, isso sem falar das estradas pedagiadas, cujos contratos tenta prorrogar, felizmente com pelo menos a Fiep (Federação das Indústrias do Paraná) na linha de resistência.

Na verdade, o maior feito da calafetação do barco que fazia água ainda é o saque violento da ParanaPrevidência que implica em R$ 2 bi anuais para encolher na marra os dispêndios do Tesouro Estadual em cima de 33 mil aposentados. Foi a mais cirúrgica das operações, o que não tira, num plano mais realista, um certo traço de malandragem de parque da jogada, aliás precedida de um “empréstimo” de R$ 640 milhões que vem sendo pago em prestações. Aliás, um dos hábitos da tradição é pegar grana de empresas estatais como houve um de R$ 1 bilhão da Copel. Tudo, afinal, confirmando a situação ainda anômala, apesar de pintada como um oásis e travestida de exemplo no país arrasado. Usar referenciais analógicos como o Rio de Janeiro é manobra vizinha da cretinice.

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