Após o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitar o habeas corpus preventivo pedido pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Polícia Federal de Curitiba transformou uma de suas sala em uma cela especial para receber o ex-presidente. O local, que está praticamente pronto, passou por cerca de dois meses de adaptações, segundo registra O Globo.
Na decisão em que determinou a prisão de Lula, divulgada nesta quinta-feira, o juiz federal Sergio Moro afirmou que “foi previamente preparada uma sala reservada, espécie de sala de Estado Maior, na própria Superintendência da Polícia Federal, para o início do cumprimento da pena, e na qual o ex-presidente ficará separado dos demais presos”.
Moro alega que com isso não haverá risco de integridade moral ou física de Lula. Ele também diz que essa situação se deve à “dignidade do cargo” que foi ocupado pelo ex-presidente.
Agentes federais relataram ao GLOBO que, em conversas informais com a PF, Moro havia pedido que ele ficasse preso na Superintendência, onde estão os alvos da Lava-Jato que negociam delação premiada. O juiz, que condenou Lula pelo caso do tríplex em Guarujá (SP), e a própria corporação avaliam que não seria seguro para o ex-presidente ficar detido no Complexo-Médico Penal (CMP), presídio localizado na região metropolitana de Curitiba. Ali estão o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-deputado Eduardo Cunha e outros condenados na operação, que não optaram pelos acordos de delação ou tiveram os mesmos negados por procuradores.
A PF colocará Lula em uma sala do prédio, com banheiro, que foi adaptada para recebê-lo isoladamente. Como o espaço até então era usado pelos policiais que vinham de outras cidades para atuar em operações em Curitiba, não possui grades. A segurança ficará a cargo de agentes penitenciários que permanecerão 24 horas por dia na porta da sala.