Janot pede suspeição de Gilmar

A Justiça do Rio mandou prender duas vezes os donos das concessionárias do transporte coletivo do Rio. E Gilmar Mendes, por duas vezes, mandou soltá-los. Os empresários, liderados por Jacob Barata Filho e Lélis Marcos Teixeira, foram enredados pela Operação Ponto Final, que investiga propinas para o ex-governador Sergio Cabral e outros servidores graúdos.

Janot pediu a suspeição de Gilmar Mendes para atuar no caso. Eis algumas das razões que apontou:

• Gilmar Mendes, em 2013, foi padrinho de casamento de Beatriz Barata, filha do paciente, com Francisco Feitosa Filho.
• O noivo é filho de Francisco Feitosa de Albuquerque Lima, irmão de Guiomar Mendes, que vem a ser a esposa de Gilmar Mendes.
• A relação entre as famílias vai além. Jacob Barata Filho integra os quadros da sociedade Autoviação Metropolitana Ltda., ao lado, entre outros sócios, da FF Agropecuária e Empreendimentos S/A, administrada por Francisco Feitosa de Albuquerque Lima, cunhado do ministro Gilmar Mendes.
• Jacob Barata Filho mantém estreita relação de amizade e compadrio com Francisco Feitosa, cunhado do ministro Gilmar Mendes.
• As conversas de aplicativos que demonstram proximidade (encontro em Fortaleza) são de junho deste ano, dois meses antes de Gilmar Mendes assumir a relatoria.
• Há ainda o fato de o escritório de Sérgio Bermudes, integrado por Guiomar Mendes, representar e vir assinando diversas petições postulando o desbloqueio de bens e valores nos processos cautelares de natureza penal da Operação Ponto Final.
• Nas cautelares penais, foram decretadas constrições a pessoas jurídicas diretamente relacionadas a Jacob Barata Filho e Lélis Teixeira, que foram processualmente representadas pelo escritório de Sérgio Bermudes: Fetranspor, Riopar, Alpha Participações e Guanabara Participações e Empreendimentos Imobiliários.

O pedido de suspeição deverá ser apreciado pela ministra Cármem Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)