Quando flagrados com a mão na botija ou simplesmente suspeitos de alguma falcatrua, autoridades de outros países cometem coisas de que nenhum político brasileiro é capaz: suicidar-se em público ou renunciar ao cargo.
Não, ninguém está pedindo que se suicidem. Nunca uma coisa dessas! Mas por mais trágico e indefensável que seja este gesto, ainda assim se nota que há corruptos que sentem vergonha extrema quando seus atos vêm a público. O que fatalmente leva à conclusão de que há infindáveis políticos brasileiros acusados de corrupção que sequer sentem vergonha.
Não se tratou de suicídio físico, mas de suicídio político o que fez, neste sábado (9), o vice-presidente do Uruguai, Raúl Sendic, ao apresentar sua renúncia “indeclinável” depois de ser ver envolvido em um escândalo pelo uso de cartões corporativos oficiais e um título acadêmico que não tinha.
Seu caso nem chegou à Justiça. Foi uma decisão interna do Tribunal de Conduta Política de seu próprio partido, a Frente Ampla, que concluiu que os atos do vice-presidente “não deixam dúvidas de um modo de atuar inaceitável no uso de dinheiro público. Sua atuação “compromete sua responsabilidade ética e política, com o descumprimento reiterado de normas de de controle”, afirma um comunicado.
O escândalo do uso de cartões corporativos data da época em que Sendic era diretor da petroleira estatal Ancap – equivalente à nossa Petrobras – entre 2010 e 2013, nomeado pelo ex-presidente José “Pepe” Mujica (2010-2015).
O vídeo abaixo, com os cortes devidos, mostra os instantes finais de um acontecimento trágico: ao fim de uma coletiva de imprensa em janeiro de 1987, um político da Pensilvânia (EUA) acusado de corrupção dá explicações, pede desculpas, tira um revólver de dentro de um envelope e…