Ex-chefe de Polícia, ex-prefeito de Curitiba e então deputado federal, Ney Aminthas de Barros Braga, 43 anos, tornou-se governador do Paraná no dia 3 de outubro de 1960, uma segunda-feira. Recebeu exatos 255.328 votos, ou 35,3% do eleitorado que compareceu às urnas. Estavam inscritos 885 mil eleitores – e votaram pouco mais de 700 mil. Uma vitória até certo ponto apertada em meio a uma demorada apuração. Seu principal adversário, Nelson Maculan, obteve 223.696 votos (30,9%). O terceiro colocado foi Plínio Franco Ferreira da Costa, que conseguiu 194.328 votos (26,8%).
Ney concorreu por uma coligação liderada pelo Partido Democrata Cristão (PDC), Maculan pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e Plínio, pelo Partido Social Democrata (PDS). Um dos motivos apontados para a vitória de Ney foi uma dobradinha famosa – “Quem é Ney é Jânio/Quem é Jânio é Ney” – que fez sucesso na eleição. Jânio Quadros, eleito presidente do Brasil no mesmo dia, obteve no Paraná 367.422, ou 51% dos sufrágios.
Segundo o jornalista Vanderlei Rebelo, autor do livro Ney Braga – A política como arte, “naquele outubro de 60, Ney conquistou aquela que provavelmente foi a sua mais importante vitória nas urnas. Iniciaria, assim, um período de absoluta hegemonia – excetuados alguns intervalos – que se prolongaria por 22 anos, até novembro de 82, quando o eleitor voltou a escolher o governador pelo voto direto, depois de prolongada abstinência eleitoral compulsória”.
Em seu governo, que começou no dia31 de janeiro de 1961, Ney Braga transformou o Paraná numa economia moderna. O Estado viveu momento de prosperidade marcado pela criação da infra-estrutura econômica que determinou praticamente os trinta anos seguintes. Ney Braga viabilizou o Plano de Desenvolvimento Econômico do Paraná (Pladep), criado em 1955, durante o governo Adolpho de Oliveira Frranco. Era um projeto ousado de industrialização baseando em financiamento com recursos próprios do Estado.
Ney criou diversas empresas de economia mista como instrumentos de apoio ao projeto de modernização: Companhia de Desenvolvimento do Paraná (Codepar), depois de 1968 convertida em Banco de Desenvolvimento do Paraná (Badep); Companhia Agropecuária de Fomento Econômico do Paraná (Cafe do Paraná); Companhia de Saneamento do Paraná(Sanepar); Companhia de Informática do Paraná (Celepar); Telecomunicações do Paraná S/A (Telepar); e Fundação de Desenvolvimento Educacional do Paraná (Fundepar) para implementar o plano paranaense de educação.
Ney também fortaleceu a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel); reestruturou o Banco do Estado do Paraná (Banestado; e asfaltou a Rodovia do Café, concretizando o primeiro importante esforço de ligação rodoviária do Norte cafeeiro ao Litoral do Estado, o que permitiu a efetiva ativação do Porto de Paranaguá e a integração física de “dois Paranás”: o norte cafeeiro e o litoral e planalto curitibano.
Ney nasceu na cidade da Lapa, em 1917, e morreu em Curitiba em 2000. Ele foi governador por duas vezes, elegeu-se senador, foi ministro da Agricultura e da Educação, e diretor-geral da Itaipu Binacional.
Talvez o último governador sério que o Paraná teve….os que vieram depois dele? Tudo lixo.
E a 10 anos o povo do Paraná elegia o Beto Abi Richa governador do Paraná…. E o Roberto Arruda Requião Malucelli como senador do Paraná….. Que bela bosta.