O Núcleo de Foz do Iguaçu do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MPPR), deflagrou nesta terça-feira (18) a segunda fase da Operação Ubiquidade, que apura inconsistências e possíveis fraudes na emissão de laudos periciais para a restituição ilegal de veículos apreendidos em diversas cidades do Paraná.
Com apoio da Corregedorias da Polícia Civil do Paraná e da Polícia Científica do Paraná, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão domiciliar, pessoal e veicular nas cidades de Foz do Iguaçu e Cascavel, ambas no Oeste, em endereços vinculados a três investigados, entre eles um agente de Polícia Judiciária da Polícia Civil do Paraná, um perito da Polícia Científica do Paraná e um empresário do ramo de recuperação de veículos.
Medidas
Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Setor de Veículos da 6ª Subdivisão Policial de Foz do Iguaçu e na Unidade de Execução Técnico-Científica de Cascavel, vinculada à Polícia Científica do Estado do Paraná. Ainda foi alvo de medidas judiciais um imóvel em Foz do Iguaçu, utilizado pela empresa de recuperação de veículos ligada a um dos investigados. No local ficavam acautelados veículos e caminhões a serem periciados, para posterior restituição irregular.
As ordens judiciais foram deferidas pelo Juízo da 1ª Vara Criminal da Comarca de Foz do Iguaçu, visando ao recolhimento de aparelhos celulares, equipamentos eletrônicos, documentos — especialmente ofícios e laudos com indícios de irregularidades ou fraudes —, valores em espécie e eventuais objetos ilícitos em poder dos investigados, a fim de subsidiar a apuração dos fatos.
Investigações
O esquema de fraudes começou a ser investigado pelo Gaeco em março de 2024, quando sugiram informações sobre inconsistências e possíveis fraudes na emissão de laudos periciais por um perito da Unidade de Execução Técnico-Científica de Cascavel, o qual, em tese, forjaria laudos para possibilitar a restituição ilegal de veículos apreendidos em diversas cidades do Paraná — especialmente em Foz do Iguaçu —, mediante apresentação de documentos falsos e recebimento de informações privilegiadas supostamente repassadas por agente público.
Estão sendo investigados na atual fase da operação o mesmo empresário e o mesmo agente de Polícia Judiciária que foram alvo da Operação Ubiquidade I, deflagrada em abril de 2025. Naquela ocasião, as supostas fraudes contariam com a participação de um perito da Polícia Científica de Naviraí, no Estado do Mato Grosso do Sul. (Do MPPR)