Em defesa do Procurador da Lava Jato, Carlos Fernando

(por Ruth Bolognese) –A terceira estrela na hierarquia da Operação Lava Jato no Paraná , depois do juiz Sérgio Moro e do chefe da força-tarefa Deltan Dallagnol, o procurador Carlos Fernando Santos Lima foi constrangido num voo de Curitiba para São Paulo na semana passada.

Há menos de 15 dias, o mesmo procurador foi orientado pela Corregedoria do Ministério Público Federal a não expressar opinião sobre políticos, partidos e investigados em Curitiba. E ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmaram que o procurador Carlos Fernando Santos Lima “passou dos limites” ao criticar a Corte e opinar sobre o papel que lhe cabe no Judiciário brasileiro. Ameaça processá-lo e puni-lo pelas declarações.

Como diria a própria presidente do Supremo, ministra Carmem Lúcia, “cala boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu”.

Na construção cotidiana da democracia, a liberdade de expressão é bem de primeira classe e deve ser protegida acima de qualquer outro direito. E se torna mais valiosa quando se dirige do andar de baixo para o andar de cima. De um procurador federal para a corte suprema do País, de um político para a Presidência da República, de um jornalista para qualquer poder constituído.

Constranger um Procurador dentro de um avião, orientar para que se cale, ameaçar com processo porque teria “passado dos limites”- que “limites?” – processar por opinião manifestada publicamente, é facada direta não no autor das palavras, mas na democracia.

Toda vez que alguém sofre um constrangimento, um cala-boca enviesado ou uma condenação judicial por expressar uma ideia, um fato ou mesmo uma simples opinião, é o retrocesso em direção ao arbítrio que ganha a parada.

Todo apoio ao Procurador Carlos Fernando e ao seu legítimo direito de se expressar.

6 COMENTÁRIOS

  1. Estou com esse Ricardo R aí. O judiciário está entupido de formalidades e estrelas. É um elefante que a sociedade carrega e baixa taxa de retorno. Deveriam usar vendas nos olhos e mordaça na boca.

  2. Penso que juízes, promotores, defensores públicos e procuradores nunca deveriam expressar opiniões pessoais sobre política ou qualquer outro assunto que eventualmente precisem julgar ou trabalhar na acusação. E também não deveriam aceitar premiações de instituições privadas, nem se deixar fotografar ao lado de potenciais futuros réus. Qualquer atitude que dê margem a duvidas sobre a imparcialidade do judiciário é danosa, e pode levar a compreensíveis questionamentos das partes que se sentem prejudicadas. O resultado é esse que estamos assistindo.

  3. Viram a diferença dos comentarios abaixo? Um de uma pessoa estudada, e ponderada, e outro de um passoa … que vocês sabem quando, e como, perde a razão. Basta descobrir qual é qual.

  4. Ah, as “estrelas”. Virou guerra de egos agora? O que mais me chateia é sempre subestimarem e desconsiderem o trabalho prévio, indispensável e essencial da Polícia Federal. Não tem autonomia, está sujeita a pressões de todo tipo, não raro, tem que aturar procuradores de ego inflado. E também não conta com penduricalhos remuneratórios e caros. Contra todas as chances, fez um travbalho histórico, sem o qual MPF e Justiça Federal, coisa alguma fariam. Enfim, coisa de imprensa leiga focar em “poucas estrelas” e criar mitos.

  5. Peçonhenta, quem fala demais dá bom dia pra cavalo! Temos muitos exemplos: Requião, Requião Filho, o deputado Nereu, VOCE, e por aí vai! Esse Procurador, como diria o Tite, “fala muito”! Quem fala o que quer ouve o que não quer!!! Não se meta nessa briga pois você, com todo o respeito, não tem conhecimento jurídico e , portanto, vai acabra dando bom dia pra cavalo mais uma vez!!!!

  6. Querem respeito, mas não sabem respeitar. E quando são desrespeitados querem que o MP faça algo porque “pagam seus salários”. Porém, são os primeiros a não pagar imposto de renda e a culpar o Estado/Governo por “roubar” na carga tributária da cerveja ou da carne.
    Tá na hora de implementamos a certificação digital nas redes sociais. Muitas pretensões seriam resolvidas de forma célere e eficiente. Cada um responde por seus problemas e os outros não tem que ficar gritando sem que estejam com suas obrigações em dia. Passou da hora de condicionar o exercício de ALGUNS direitos ao prévio cumprimento de obrigações cívicas e deveres morais.
    Só exige quem dá exemplo de cidadania, ainda que em situação de revolta legítima.
    Obrigado pelos serviços que presta à Nação Dr. Carlos Santos Lima!! Quem exerce a cidadania com bom senso o admira. Lute por aqueles que ainda valorizam suas obrigações constitucionais.

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