Desemprego, fome e pobreza aumentam no País, alerta deputado

O aumento da fome e da pobreza, o crescimento do desemprego e da inflação, além da falta de políticas públicas mais amplas e de perspectivas para a melhora no quadro macroeconômico colocam o Brasil na rota da hiperinflação e da carestia comuns na década de 1980. A avaliação é do deputado estadual paranaense Luiz Claudio Romanelli (PSB).

“Os indicadores econômicos e sociais mostram que boa parte do País convive com a fome e a miséria. O mercado de trabalho está desidratado e a inflação voltou a galopar”, afirmou o parlamentar nesta quinta-feira (26).

O quadro atual, segundo o Dieese, mostra que quase 100 milhões de brasileiros convivem com a insegurança alimentar e a cesta básica, que em janeiro valia R$ 507, chegou a R$ 621, um aumento de 22,5%.

“Tudo que é necessário para que as pessoas consigam viver com o mínimo de dignidade teve alta de preço, como a comida, a energia, o gás. Isso sem falar no preço dos demais combustíveis”, analisa o deputado. “Na outra ponta, temos 15 milhões de desempregados e 19 milhões na linha da pobreza.  E o ministro da Economia acha que está tudo normal e que a inflação alta está dentro do hogo”.

Dívidas – Outro dado preocupante, afirma Romanelli, é o grau de endividamento dos brasileiros. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) registrou em agosto o nono aumento consecutivo. São 11,9 milhões de endividados, o que representa 72,9% dos domicílios brasileiros.

A taxa é a maior da série histórica e entre os que recebem até 10 salários mínimos, o índice sobe para 74,2%. “O endividamento não é ruim, quando acontece para aproveitar boas oportunidades. Mas não quando ocorre por necessidade. O que estamos vendo é que o brasileiro está assumindo novas dívidas apenas para sobreviver”, aponta Romanelli.

Segundo a CNC, o cartão de crédito é a principal forma de endividamento e atinge 83,6% das famílias que têm dívidas. A seguir, vem os carnês de forma geral (18,2%), o financiamento de veículos (13,1%), financiamento habitacional (10,3%), crédito pessoal (9,5%), crédito consignado (6,8%) e cheque especial (4,8%).

O levantamento aponta ainda que, do total de famílias endividadas, 25,6% não conseguiram quitar as contas em agosto e são consideradas inadimplentes. A pesquisa também revela que o volume de concessão de crédito cresceu 19,2% no primeiro semestre deste ano e é a maior taxa desde 2013.

Para Romanelli, os dados disponíveis revelam que as pessoas estão contraindo dívidas para enfrentar as consequências da pandemia. “O desemprego tem obrigado as famílias a recorrer a todo o tipo de crédito para tentar tocar a vida e buscar opções de sobrevivência”.

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