Delator tem provas gravadas dentro do presídio

Orientado por um advogado “informal”, o delator Eduardo Lopes de Souza, dono da Construtora Valor, gravou conversas com visitantes que iam vê-lo durante o ano e pouco em que esteve preso em Pinhais. Contrariando a orientação do advogado oficial, que lhe fora indicado por importantes envolvidos na Operação Quadro Negro, Souza firmou um acordo às escondidas com o Ministério Público Federal para contar tudo o que sabia das entranhas do desvio de verbas da Educação para escolas que sua empresa não chegou a construir.

Desse acordo fez parte uma autorização judicial para que gravasse as conversas que mantinha no presídio com emissários de personagens importantes do esquema. E deles extraiu confissões assombrosas que iam de tentativas para que ajudasse na obstrução à Justiça até a confirmação sobre origem e destino das verbas resultantes da fraude. Em retribuição, foi solto e recebeu a promessa de que não voltaria para trás das grades, mas se comprometeu a usar tornozeleiras.

O farto material serviu para alimentar com provas as afirmações que Lopes fez durante a delação. O MPF promete fazer bom uso das provas assim que o relator da Operação Quadro Negro, ministro Luiz Fux, homologue a delação.

 

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