O deputado Osmar Serraglio, ex-MDB e agora no PP, ocupou a tribuna da Câmara Federal para lembrar que ele é um político duro na queda, que não se submete à pressão de ninguém. Deu como exemplo a coragem com que suportou todo tipo de ameaça, incluindo à própria vida, quando atuou como relator da CPMI dos Correios a partir de 2006, nascedouro da Ação Penal 470 – a do Mensalão – que levou à prisão inúmeros figurões do PT e de outros partidos.
Agora, de alma lavada e enxaguada, no mesmo dia em que Aécio Neves se tornava reu no STF, ele lembrava no discurso que o senador mineiro o chamava de “bosta” quando, ministro da Justiça, não se submeteu a escolher delegados da Polícia Federal que acobertassem Aécio e outros investigados da Lava Jato.
Humilde político do interior paranaense, disse ele, não teve forças para enfrentar os poderosos, incluindo Aécio e o senador Renan Calheiros, e acabou perdendo o cargo de ministro, demitido por Temer – logo depois de a Polícia Federal lançar a Operação Carne fraca, na qual seu nome apareceu como beneficiário de um esquema de proteção a frigoríficos por meio da fiscalização fajuta da vigilância sanitária do ministério da Agricultura.
No discurso, Serraglio lembrou que seus algozes, como Aécio, estão enrolados na Justiça. Enquanto ele caminha para mais uma reeleição a deputado federal.
Assista ao vídeo do discurso:
O deputado Serraglio como relator da CPMI do mensalão honrou o mandato popular; é justo conferir ao menos esse galardão.