(por Ruth Bolognese) – A capital do Paraná se projetou com a Operação Lava Jato e, num momento de revolta contra as decisões jurídicas, o ex-presidente Lula cravou-lhe o apelido que perdura, “República de Curitiba”.
Mas, aos poucos, com o envio dos peixes graúdos para cumprir pena, entre eles o autor do apelido famoso, Curitiba vai se transformando em sinônimo de castigo. Todos os condenados da Lava Jato tentaram cumprir pena em Brasília, São Paulo ou Rio, alegando proximidade com as famílias.
O ex-governador Sérgio Cabral foi punido por causa de uns petiscos de primeira linha encontrados na cela de Bangu I e foi imediatamente transferido para Curitiba. Agora, uns chocolates especiais apreendidos na cela de Zé Dirceu e eis que o castigo é ser enviado para o Complexo de Pinhais, que aos olhos do Brasil inteiro é o mesmo que a capital.
Daqui a pouco se um menino pernambucano se recusar a fazer tarefa, a mãe vai ameaçar com um “olha que eu te mando pra Curitiba, hein guri!”.
Isso é bom ou ruim pra Curitiba? Depende do ponto de vista. Como cidade que cassa e prende políticos e corruptos (desculpa aí, o pleonasmo), passa.
Como cidade congelante, separada do resto do país por montanhas de edredons, Curitiba corre o risco de pegar fama como a nova Alcatraz, a ilha-prisão de segurança máxima da baia de São Francisco (EUA), de onde ninguém conseguia fugir. A história dos únicos 4 detentos que tiveram êxito na empreitada virou filme premiado com Clint Eastwood e um mistério insolúvel até hoje. A prisão foi fechada em 1963.
Se quiserem fugir, espetacularmente, os presos famosos de Curitiba teriam que pegar a Linha Verde na hora do rush, entrar na BR 277 e pagar a maior taxa de pedágio do país.
Não ia dar certo nunca.
Atenção revisão: Foram três os que conseguiram fugir de Alcatraz, A Rocha. O quarto amarelou, se atrasou.