Corrupção não é o negócio da China

A China não tem Operação Lava Jato, não tem Sergio Moro nem Deltan Dallagnol, mas tem um regime capitalista e um regime que mistura capitalismo selvagem com um político de força que remonta aos tempos do comunismo de Mao Tsé Tung. Tem também um líder que resolveu expurgar e botar na cadeia 1 milhão de os corruptos. Veja como a BBC conta esta história:

China pune 1 milhão de corruptos em maior expurgo desde Mao

Desde que se tornou a principal liderança da China, em 2012, Xi Jinping vem comandando uma grande e implacável campanha anticorrupção que já puniu até agora mais de 1 milhão de funcionários públicos.

Mais de 170 ministros e vice-ministros foram demitidos e muitos deles acabaram na prisão após serem acusados de crimes como corrupção, má conduta e transgressão das diretrizes do partido.

Essa é a conclusão de um estudo realizado pela BBC que mostra o que alguns descreveram como um expurgo interno sem precedentes de opositores, em uma dimensão nunca antes vista desde Mao Tsé-Tung (1893-1976).

Arquiteto e fundador da República Popular da China, Mao se livrou de muitos altos comandantes do partido. Ele governou o país de sua criação, em 1949, até sua morte, em 1976.

Xi acaba de ser elevado ao mesmo status que Mao. Por unanimidade, seu nome e sua teoria de governo foram incluídos na constituição do partido.

Expurgo

A maior diferença é que desta vez muitas convenções que existiam no Partido Comunista Chinês (PCC) desde a época de Mao foram quebradas.

Várias autoridades estatais, por exemplo, foram julgadas e figuras proeminentes discretamente retiradas de cena.

Nos últimos cinco anos, 35 membros com e sem direito a voto no poderoso Comitê Central do PCC foram punidos.

Ou seja, quase o mesmo número dos que tiveram a mesma sorte entre 1949 e 2012.

‘Na mira’

Os dados oficiais indicam a punição de 1,34 milhão de funcionários do governo em todos os níveis (apelidados de “tigres e moscas”) durante os primeiros cinco anos do governo Xi.

Eles foram acusados de corrupção e transgressões disciplinares.

Nenhuma área foi poupada: as baixas atingiram desde líderes de vilarejos e gerentes de fábricas, passando por ministros e generais do governo.

A chamada “grande limpeza” atingiu, inclusive, a cúpula do regime.

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