Por Requião Filho * – Nos últimos tempos, temos nos deparado com o que há de pior na alma humana: racismo, nazismo, homofobia, machismo, xenofobia, intolerância religiosa, ódio, rancor e agressividade. Onde isso vai parar?
Todos os dias ficamos boquiabertos com as reiteradas notícias que trazem os dados da violência contra negros, judeus, mulheres, crianças, a comunidade LGBTQIA+, etc. O fato mais recente, foi visto em um podcast famoso que demonstrou uma tremenda irresponsabilidade ao pregar ideais nazistas, em clima de papo de boteco, com seus apresentadores bêbados, para centenas de milhares de seguidores.
Mas mesmo a fala do apresentador tendo configurado um crime, ainda assim, o assunto dividiu opiniões e, acredite, houve até quem comparasse o nazismo ao socialismo, como simples e rasos “movimentos” a serem extintos do planeta. Pessoas que se dizem letradas compartilharam tal atrocidade, o que representa um desconhecimento sociológico e histórico gigantesco, além de um sinal de alerta perigosíssimo sobre a confusão que muitos têm feito sobre ‘liberdade de expressão’.
A todo momento atos de racismo, agressões gratuitas, fanatismo político e religioso ocupam o dia-a-dia do brasileiro, que vive o retrocesso diário do princípio da dignidade da pessoa humana. A banalização de um comentário preconceituoso nas redes sociais, por exemplo, é algo que tem se tornado corriqueiro, por mais absurdo que isso possa parecer. Mas todos acreditam que escondidos atrás de uma tela podem sair apontando o dedo para tudo e todos que não condizem com a “sua verdade absoluta”.
Como chegamos a este ponto? Quando e como a casca que protegia a sociedade de tantos sentimentos ruins foi quebrada?
Tenho plena certeza que não se pode dar o mínimo espaço político para quem não respeita a vida, para quem prega o ódio e tem como seu principal propósito a implantação do caos, jogando um brasileiro contra o outro.
Trabalho pelo dia em que retomemos o respeito pelas pessoas e que discussões contra as garantias fundamentais sejam apenas uma página triste do nosso passado.
* Requião Filho (MDB) é deputado estadual no Paraná.