Cargo de confiança

(por Ruth Bolognese) – São duas as grandes batalhas da função legislativa hoje no Brasil: por cargos públicos e por emendas. Mede-se o valor do eleito – de vereador a senador – pelo número de cupinchas que consegue colocar em cargos comissionados ou de confiança, e pelo valor das emendas que consegue aprovar.

O resto do trabalho é defender a dignidade da pessoa humana e respeitar a Constituição que, assim como a ONU, tem tanta influência na Paz Mundial como frase de miss.

A principal característica do ocupante de cargo de confiança é a fidelidade canina (pleonasmo, a não ser no caso de rottweiller com fome), à autoridade que o indicou. Não discorda, não critica, ri das piadas, acredita na honestidade, na santidade e na inteligência do chefe e que ambos, ele e o chefe, prestam um serviço inestimável ao bem publico. Tipo assim Rodriguinho Rocha Loures e Temer antes da corrida da mala em São Paulo.

Tudo isso é fato consumado e outro fato consumado é que 94 % dos brasileiros não se sentem representados pelos políticos. Mas paga, todo santo mês, R$3,47 bilhões para manter os cargos de confiança do governo federal, que servem os políticos, conforme o senador Alvaro Dias, que destrinchou os números do Tribunal de Contas da União.

Melhor do que saber disso é descascar meio saco de amendoim. Na mão.

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