Bolsonaro xinga governadores, prega armamento do povo e diz que é fácil impor ditadura no Brasil

No vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril último, que acabou sendo liberado nesta sexta-feria (22) pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro aborda uma série de temas. Entre outras questões, ele fala sobre a troca de ministros caso “mexam” com a família dele, AI-5, intervenção militar, impeachment e bandeiras defendidas por ele. Governadores também são alvo do presidente.

Um dos trechos da fala é quando o presidente  cita o artigo 142 da Constituição Federal logo após dizer que não existe mais AI-5. “Agora, nós queremos cumprir o artigo 142? Todo mundo quer cumprir o artigo 142. Havendo necessidade qualquer um dos poderes pode pedir as Forças Armadas que intervenham para restabelecer a ordem, sem problema nenhum” declarou o presidente.

Algumas declarações do presidente:

 Troca de ministro

“Putaria o tempo todo pra me atingir, mexendo com minha família já tentei trocar segurança nossa no rio de janeiro e não consegui. Isso acabou! Não vou fuder um amigo meu porque não posso trocar a segurança. Se não puder, troca o ministro. E ponto final”.

AI-5

“Cabo o AI-5, AI-5 não existe. É uma besteira. Artigo 142 é um pessoal que não sabe interpretar a Constituição. Agora em cima disso fazer uma onda? Quando a Câmara faz homenagem a Che Guevara, Mao Tsé Tung, não tem nada demais. Quando o Partido Comunista do Brasil faz suas convenções e idolatram Fidel Castro não tem problema nenhum. Então quando um coitado levanta uma placa pedindo Ai-5 eu tô me lixando pra aquilo”.

Artigo 142

“Agora, nós queremos cumprir o artigo 142? Todo mundo quer cumprir o artigo 142. Havendo necessidade qualquer um dos poderes pode pedir as Forças Armadas que intervenham para restabelecer a ordem, sem problema nenhum”.

Armar população

“O que eles querem impor uma ditadura. Olha, como é fácil impor uma ditadura aqui. Por isso que eu quero que o povo se arme. É facinho colocar uma ditadura aqui. Vem um filha da puta de um prefeito e deixa todo mundo dentro de casa. Se eu fosse ditador, eu ia querer desarmar”.

Luta pelo poder e impeachment

“Não é apenas cuidar do seu ministério. A luta pelo poder continua a todo vapor e sem neurose da minha parte. Tem campo fértil pra aparecer porcaria aí. Não é ‘tá bom, o ministério fatura’, ‘deu merda, cai no colo do presidente’. Por exemplo, quando se fala em possível impeachment, ação no Supremo, baseados em filigramas. Eu vou em qualquer lugar do território nacional. Eu não vou meter o rabo nos meios das pernas. Impeachment com frescura? Com babaquice? Não. Eu sou o chefe Supremo das Forças Armadas. Falei algo e nada demais”.

Aceitar bandeiras

“Quem não aceitar as minhas bandeiras, Damares, família, Deus, armamento, liberdade de expressão, livre mercado, está no governo errado. Perde o ministério quem for elogiado pelo Globo, pela Folha… Pelo Antagonista… Tem ministro que é sempre elogiado nesses blogs”.

Governadores

“Esse bosta do governador de SP, esse estrume do RJ, o bosta do prefeito de Manaus abrindo covas coletivas”.

Segurança no Rio

“Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui! E isso acabou. Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meus, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira”.

Queixa sobre o Iphan

“O IPHAN, não é? Tá lá vinculado à Cultura. Eu fiz a cagada em escolher, nu … não escolher uma, uma pessoa que tivesse o … também um outro perfil. E uma excelente pessoa que tá lá, tá? Mas tinha que ter um outro perfil também. O IPHAN para qualquer obra do Brasil, como para a do Luciano Hang. Enquanto tá lá um cocô petrificado de índio, para a obra, pô! Para a obra. O que que tem que fazer? Alguém do IPHAN que resolva o assunto, né? E assim nós temos que proceder.”

Interferência em ministérios

“Tem que falar, não é ficar quieto. E quem de direito aqui, e todos os ministros tem que falar isso aí, não é só a Justiça. Todos tem que falar. Não é ficar, deixa o bo … toca o barco não e .. .. e vamos em frente. Tá? Então é isso que eu apelo a vocês, pô. Essa preocupação. Acordem para a política e se exponham, afinal de contas o governo é um só. E se eu cair, cai todo mundo. Agora vamos ca … se tiver que cair um dia, vamos cair lutando, uma bandeira justa. “Então é um apelo que eu faço a todos, que se preocupem com política, pra não ser surpreendido. Eu não vou esperar o barco começar a afundar pra tirar água. Estou tirando água, e vou continuar tirando água de todos os ministérios no tocante a isso. A pessoa tem que entender. Se não quer entender, paciência, pô! E eu tenho o poder e vou interferir em todos os ministérios, sem exceção.”

Elogios a ministros

“Tem certos blogs aí que só têm notícia boa de ministro. Eu não sei como! O presidente leva porrada, mas o ministro é elogiado. A gente vê por aí: ‘(…) o ministério tá indo bem, apesar do presidente’. Vai pra puta que pariu, porra! Eu que escalei o time, porra!”

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