Não é exatamente a condenação de Lula à prisão, mas a cada vez mais clara impossibilidade legal de se se inscrever como candidato a presidente que tem o maior potencial para mudar o xadrez político também no Paraná.
Com Lula candidato, ainda que a título precário até às vésperas da eleição, o senador Roberto Requião deixaria de ser um cavaleiro solitário nas plagas paranaenses. Com o seu MDB fragilizado no estado em razão da maneira despótica com que preside o partido e com os altos índices de rejeição que teimam em não se desgrudar de sua figura, Requião imaginava sobreviver e surfar como “cumpanhero” do ex-presidente.
Com seu nome ligado ao de Lula, atuando quase que como um “longa manus” do ex-presidente no Paraná dada à ausência de lideranças fortes nas hostes esquerdo-petistas no estado, considerava-se já com meio caminho andado para dar as cartas e se candidatar ao que lhe melhor lhe aprouvesse – à reeleição ao Senado e mesmo ao Palácio Iguaçu. Uma outra hipótese também o colocava como vice na chapa de Lula e mesmo candidato a presidente no caso em que, na última hora, Lula fosse impedido de disputar.
O balão de Requião tende a se esvaziar com a mesma diante da rapidez com que os fatos decorrentes do afastamento (e até possível prisão) de Lula deverão se desenrolar.