Da Gazeta do Povo, reportagem de Fernando Martins e Euclides Lucas Garcia
No mesmo dia em que enviou à Assembleia Legislativa do Paraná três novos projetos de ajuste fiscal, dois deles que tratam do funcionalismo estadual, o governador Beto Richa (PSDB) voltou a criticar sindicatos de servidores. Insinuou que há funcionários públicos que desfrutam de “privilégios”. E disse que sindicatos que representam o funcionalismo têm “demandas infinitas e insaciáveis” que podem quebrar o estado.
O governador também acusou os sindicatos de serem um “puxadinho do PT” – partido cuja marca registrada são “dívidas e destruição”, segundo Richa. As declarações do governador foram dadas durante a visita a Curitiba, nesta quinta-feira (3), do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB) – que também criticou duramente o PT.
Dirigindo-se a Doria, Richa afirmou em discurso que o Paraná se antecipou ao ajuste fiscal que agora todo o país está tendo de fazer. Segundo ele, houve “grandes dificuldades” para aprovar o ajuste, pois os “puxadinhos do PT” tentaram “agredir” o governo quando “se organizaram no Centro Cívico”.
Embora não tenha sido explícito, o tucano fazia referência ao 29 de abril de 2016 – quando o estado colocou a Polícia Militar contra uma multidão de servidores que protestava contra a votação na Assembleia de mudanças na previdência estadual, no episódio que ficou conhecido como “batalha” ou “massacre do Centro Cívico”. Na ocasião, 213 pessoas saíram feridas.