O juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, acatou ontem denúncia contra o ex-governador Beto Richa (PSDB) e outras cinco pessoas no âmbito da Operação Quadro Negro, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, que investiga desvios de R$ 22 milhões de recursos para a construção e reformas de escolas estaduais. Richa foi preso preventiva no último dia 19, por determinação do mesmo juiz, por ter supostamente agido para tentar “comprar” o silêncio do delator do caso, o ex-diretor-geral da Secretaria de Estado da Educação, Maurício Fanini. As informações são do portal Bem Paraná.
Fischer também aceitou as denúncias contra o primo de Richa, Luiz Abi Antoun, o ex-secretário de Estado do Cerimonial, Ezequias Moreira, e o empresário Jorge Atherino – apontado pelo MP como “operador financeiro” do esquema, Fanini, e Eduardo Lopes de Souza, proprietário da construtora Valor, outro delator do caso.
Na denúncia que embasou a nova prisão do tucano, o Gaeco afirma que os pagamentos do grupo político do tucano para a suposta “compra” de silêncio de Fanini, teriam seguido até agosto de 2017. Fanini foi preso a primeira vez, em julho de 2015, mas foi solto dez dias depois. Acabou sendo detido novamente em setembro de 2017. De acordo com acusação, para evitar que ele firmasse acordo de delação e contasse o que sabia sobre o esquema, o ex-governador teria encarregado o empresário Jorge Atherino – também preso na mesma operação – a fazer repasses mensais ao ex-diretor.