Por Claudio Henrique de Castro – Os eleitores descobriram que se votarem ou não, as coisas não mudarão.
É tudo um teatro, cujas cortinas sobem e descem, a cada nova eleição.
Sabem quem realmente manda, haja o que houver.
Que os discursos são construídos de acordo com as pesquisas de opinião, para ludibriar eleitores e fazê-los acreditar nos candidatos-atores.
Que há toda uma encenação para as mudanças, mas na prática, muito pouco ou quase nada muda, e as vezes, ainda piora.
Perceberam que há grupos econômicos organizados que sempre estiveram no poder e não importa partidos ou pessoas, eles continuarão dando as cartas e faturando.
Que na tributação é uma mentira da qual os ricos recolhem pouco ou quase nada de impostos, e a classe média e o povo é quem sustentam o orçamento público.
Os partidos têm donos e os recursos partidários são distribuídos de forma bastante desigual diferente para homens e mulheres candidatas e, também para aparentados e desconhecidos.
Que a reeleição do executivo e do legislativo que mantém parlamentares e gestores fazendo campanha enquanto exercem seus mandatos é tremendamente desigual.
Que os cargos em comissão e as licitações são prêmios para os cabos eleitorais e financiadores de campanha e pouco importa se eles têm capacidade para exercer cargos ou executar obras.
Que a rachadinha nos salários é, relativamente, comum, e que boa parte de nomeados cumprem uma agenda de interesses,essencialmente, privados.
Que as tarifas de ônibus, dos pedágios, e outros serviços que foram repassados para a iniciativa privada que financia as candidaturas,por meio do caixa dois, continuarão caras e sem qualidade, apesar das promessas de sempre.
Ainda, que não adianta discutir sobre este ou aquele candidato, pois cada eleitor tem o seu malvado favorito (Manoel Afonso).
O povo descobriu que as eleições são ritos que apenas legitimam o poder, mais nada.
Descobriu que os interesses populares estão longe de serem representados, que miseráveis continuarão revirando lixo em busca de comida, mergulhando no mundo das drogas e da criminalidade, que o ensino público está cada vez mais desprestigiado e que o meio ambiente está sem nenhuma proteção do Estado.
Que as elites econômicas e estatais continuarão impávidas e impunes.
O recente desencanto pelas eleições fez renascer o discurso da ditadura, que também é outra falácia ainda mais mentirosa, da mesma democracia de fachada que se vive e se respira no Brasil há 520 anos.
Votar para tudo continuar igual?
Nestas eleições o índice de abstenções será enorme e histórico, pandemia, desilusão e indiferença.
Os partidos do Centrão do sincero e corrupto toma-lá-dá-cá continuarão a mandar e desmandar, consolidando a pior elite do atraso que a histórica recente conhece, de golpes, falsetes e das mudanças repentinas, da água para o vinagre.
As descobertas da democracia não iludem ou convencem mais ninguém.
Democracia de verdade é consulta popular periódica sobre temas de interesse popular, é rechamada para eleitos mentirosos, é proibição de reeleição, é voto facultativo, é legislação penal rígida contra corrupção do estado e ausência da prescrição, é o fim da imunidade parlamentar e do foro privilegiado.
Disto todos sabem, mas sempre desconversam