A atual jurisprudência do STF autoriza o início do cumprimento da pena a partir da condenação em segunda instância, mas a prisão não é automática. Cabe ao juiz decidir se o condenado deve ser preso ou pode aguardar julgamento de recursos em outras instâncias superiores.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ)  irá julgar recurso do ex-presidente Lula contra a condenação no caso do triplex do Guarujá pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Nesta semana, a Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com o pedido da defesa para avisar com “antecedência necessária” da data do julgamento do  recurso.

Há também um pedido da defesa de Lula para levar o processo para a Justiça Eleitoral, anulando todos os atos da Justiça Federal, inclusive as condenações. A defesa citou uma decisão do STF, tomada em 14 de março deste ano, segundo a qual é competência da Justiça Eleitoral julgar crimes como corrupção quando eles têm relação com delitos eleitorais. Para os advogados de Lula, havia no caso do tríplex acusações de delitos eleitorais, como o suposto desvio de dinheiro para campanhas.

Em julho de 2017, o ex-juiz federal Sérgio Moro, que era responsável pela Lava-Jato na primeira instância, condenou Lula a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do tríplex. Atualmente, Moro é ministro da Justiça no governo do presidente Jair Bolsonaro.