O ditador que, em 1964, inaugurou o regime militar no país, marechal Castelo Branco produziu uma frase que se tornou célebre. Disse ele:
“Eu os identifico a todos. São muitos deles os mesmos que, desde 1930, como vivandeiras alvoroçadas, vêm aos bivaques bulir com os granadeiros e provocar extravagâncias ao Poder Militar.”
Castelo se referia aos mesmos civis que, três décadas antes, apelavam ao poder militar para livrar-se da Velha República e que, naqueles idos de 64, aproveitaram-se dos quarteis para derrubar João Goulart.
Agora, em 2017, talvez movidos pela insatisfação civil com os rumos de um país tomado pela corrupção desenfreada, cada vez mais militares se mostram estimulados a cometer “extravagâncias”. O primeiro da fila foi general da ativa, membro da cúpula do Exército, Hamilton Mourão, que semanas atrás pregou a intervenção militar remédio para eficaz para suprir a inércia do Poder Judiciário.
Agora, é o general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva que, em artigo publicado na edição desta terça-feira do jornal O Estado de S.Paulo, avisou que os militares devem intervir se o STF permitir que um condenado assuma o poder em 2018.
Leia um trecho de seu comentário:
“A intervenção militar será legítima e justificável, mesmo sem amparo legal, caso o agravamento da crise política, econômica, social e moral resulte na falência dos Poderes da União, seguida de grave instabilidade institucional com risco de guerra civil, ruptura da unidade política, quebra do regime democrático e perda de soberania pelo Estado. Esse processo revolucionário já foi propugnado, publicamente, por líderes de movimentos pseudossociais e políticos de ideologia socialista radical, todos investindo constantemente na divisão da sociedade.
Em tal quadro de anomia, as Forças Armadas tomarão a iniciativa para recuperar a estabilidade no País, neutralizando forças adversas, pacificando a sociedade, assegurando a sobrevivência da Nação, preservando a democracia e restabelecendo a autoridade do Estado após livrá-lo das lideranças deletérias. São ações inerentes às missões constitucionais de defesa da Pátria, não restrita aos conflitos externos, e de garantia dos Poderes constitucionais, da lei e da ordem.”
Não dá pra ser sinceramente a favor de qualquer tipo de ditadura. Mas quem sabe se, de golpe em golpe, o Brasil não vai se educando? Tipo assim: passado o trauma (sempre passa, um dia) cada um dos poderes vai assumindo suas responsabilidades com responsabilidade e ciente das consequências do desleixo e do abuso? Não custa sonhar.
Lembrem como foi nos anos que antecederam 1964, Os milicos avisaram, Jango e o Congresso os desafiaram,
Deu no que deu. O quadro hoje é muito parecido. O Brasil é governado por corruptos que tudo fazem para se proteger e continuar agindo, o mais recente é o pastor e Ministro da Industria e Comercio.
Será que vale a pena tanto sofrimento do país para manter uma DEMOCRACIA CORRUPTA E NÃO TERMOS PERSPECTIVAS PARA OS PRÓXIMOS ANOS ?
Tem uma diferença. Os milicos da época tinham conteúdo, os atuais também são um mistério ( como dizia Dona MILU ).