Vereadores retomam debate sobre medidas restritivas em Curitiba

O impacto das medidas mais restritivas em função da pandemia da Covid-19 repercutiu na plenária da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), na manhã desta terça-feira (1º). Decretada na última sexta (28), a bandeira vermelha deve vigorar até o dia 9 de junho. Alexandre Leprevost (Solidariedade) abriu o debate: “Nós chegamos a um ponto que não tem mais como. Essas pessoas não aguentam mais. Eu sou empresário”.

Nesta quarta-feira (2), está previsto ato em frente à Câmara Municipal, às 10 horas. “Não adianta aqui nós falarmos ‘essa gente é negacionista’. Eu não sou negacionista. E essas pessoas que estão lá lutando por seus direitos, a maior parte delas não são negacionistas. Mas eles não aguentam mais. Não estão conseguindo sobreviver”, declarou.

Segundo Leprevost, “não existe, por parte do Município, um reconhecimento, um reparo, um incentivo”. Ele avalia que o comércio tem sido “extremamente injustiçado” desde o começo da pandemia, impactado agora pelo que chamou de “semi-lockdown”. Também defendeu o debate de “estratégias de incentivo e de reparo” ao segmento, junto às secretarias municipais de Governo e de Finanças.

Para Professor Euler (PSD), “esse abre e fecha feito em Curitiba” já se mostrou ineficiente, sem “resultados efetivos na saúde”. “Essa estatística da prefeitura [de passageiros contaminados nos ônibus] deixa muito claro o que está literalmente matando nossa cidade. Só não enxerga que é o transporte coletivo quem não quer”, avaliou.

O vereador agradeceu a contribuição do vice-prefeito da cidade, Eduardo Pimentel, na mediação de projetos e sugestões de sua iniciativa, e disse que manterá a postura independente. “Neste período privilegiei o diálogo, apresentei diversas sugestões. Inclusive evitei fazer críticas. Mas tudo tem um limite. Não ver um monte de absurdo sem me posicionar a respeito”, afirmou Euler, sobre os primeiros meses da legislatura. “Agora minha contribuição será reforçando cobranças e a fiscalização sobre o Poder Executivo.”

O debate do impacto da Covid-19 aos empresários e empreendedores continuou durante a audiência pública de apresentação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), com técnicos da Secretaria Municipal de Finanças. “Curitiba vem sofrendo claramente, todos nós somos testemunha, da crescente quebra de empresários por questões advindas da pandemia”, comentou Dalton Borba (PDT). Já Indiara Barbosa (Novo) perguntou sobre eventual ação da prefeitura, “pensando nas classes de empresários e empreendedores”, para diminuir o valor de tributos municipais.

A Comissão de Participação Legislativa da Câmara acatou sugestão da ACP para o funcionamento do comércio em sistema de rodízio, para evitar o chamado lockdown. O projeto de lei agora segue o trâmite regimental na Casa: a primeira etapa, após a instrução jurídica, é a análise legal pelo colegiado de Constituição e Justiça (CCJ).

 

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