Vender na bacia das almas ou o desespero para fazer caixa

(por Ruth Bolognese) –O povo usa termos geniais para nomear pequenos negócios suburbanos que superam, no sentido amplo e irrestrito, os insights dos financistas sofisticados. Por exemplo, comprar ou vender na bacia das almas. E alma lá usa bacia? Mas todo mundo entende que o momento é dificuldade e o produto tem que ser passado adiante.

Ou, e esse é mais usado para o troca-troca de carros, “é galinha morta”. Ora, a galinha morta deve sair mais em conta do que a viva, por já ter batido as botas. Nos amplos gabinetes do Palácio Iguaçu certamente não entram nem bacias de almas e muito menos galinhas mortas. Mas que tem gente desesperada pra fazer caixa até as eleições de 2018, isso é inegável.

O editor desse Contraponto, Celso Nascimento, salvou a pátria na semana passada ao divulgar um licitação mandrake, tão mal ajambrada, que o governo Beto Richa cancelou 3 dias antes de abrir as propostas. No que fez muito bem. Visava retirar da conta de cada aposentado que fizesse crédito consignado uns dois ou três realzinhos por mês. O coitado nem percebia, mas somando tudo, daria uns R$ 6 milhões mensais.
Agora vem a Gazeta do Povo e divulga um acordo entre o governo Beto Richa e o BNDES, assinado há 3 ou 4 meses, que pode privatizar tudo por aqui, da distribuição de gás até as poderosas Copel, Sanepar, etc. etc.

Ninguém aqui é estatizante da linha vermelha de um Roberto Requião, por exemplo, que se pudesse encampava até o Madalosso de Santa Felicidade, mas também não é assim, né?

Quando um governo vai à feira para suprir o vazio do caixa, entra no campo de bacia das almas. É essa a questão: privatizar para melhorar a gestão, aumentar o poder de competir, até mesmo livrar o Estado de empresas ineptas, é tudo parte do jogo do capitalismo (não comece a esbravejar Requião, por favor).

Fora disso, é transformar a Copel e Cia em galinhas mortas.

2 COMENTÁRIOS

  1. Água e energia elétrica são setores estrategicos e naturalmente monopolistas. Não devem ser privatizados. Sobre esse assunto, recomendo assistir ao filme/documentário “Enron-Os Mais Espertos da Sala”, disponível no Youtube.

  2. Distribuição de água e energia elétrica não podem ser privatizadas por se tratar de atividades naturalmente monopolistas. E estratégicas. Não se pode comparar com a privatização da telefonia celular como apregoam alguns espertalhões a serviço do tal mercado.

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