Preso na Polícia Federal de Curitiba desde 23 de fevereiro quando foi deflagrada a Operação Integração, 48.ª fase da Lava Jato, o ex-presidente da Econorte Hélio Ogama manteve silêncio enquanto suas forças aguentaram. Enfim, conseguiu negociar uma delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) que lhe permitirá deixar a cela nos próximos dias.
O Contraponto revelou em primeira mão o fechamento da delação na quinta-feira (16), mas agora chega trecho do depoimento que gravou perante procuradores do MPF no qual ele revela a distribuição de propina para servidores públicos e confirma o envolvimento do doleiro Tacla Duran como operador financeiro do esquema.
Entre os citados por Ogama como beneficiários está o ex-diretor do DER Nelson Leal Jr. no governo Beto Richa, assim como o ex-funcionário da Casa Civil Carlos Nasser, além de empresas terceirizadas que facilitavam as transações financeiras da empreiteira Triunfo, integrante do consórcio Econorte, administrador da BR-369, trecho do Anel de Integração que liga Jacarezinho a Londrina.
Investigações do Ministério Público indicaram a existência de favorecimentos por parte do DER para que a concessionária aplicasse aumentos exorbitantes e irregulares mas tarifas de pedágio cobradas nas praças instaladas pela Econorte.
As informações dadas por Ogama aos procuradores confirmam e até ampliam os termos da colaboração premiada que já havia sido prestada pelo ex-diretor do DER Nelson Leal Jr., preso por três meses pela mesma Operação Integração. Leal foi obrigado a entregar bens que havia comprado com recursos arrecadados na forma de propinas, dentre os quais um apartamento de luxo no Balneário Camboriú.
Ouça trecho do depoimento de Hélio Ogama:
Nada disso vem ao caso.